terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Medo

Hoje vou visitar minha mãe... e tenho medo.
Deveria ser momento de alegria, mas tenho medo...
Vou passar o natal com ela, poucos dias, mas tenho medo.
Preciso percorrer 425Km para o norte e infelizmente, cada vez mais, o medo é o sentimento quando se precisa "pegar a estrada" nesse Brasil "falido pela corrupção". Nesse país onde a concientização é baixa, a fiscalização é menor e a qualidade dos veículos e - principalemente - das estradas é menor ainda.
TODOS OS DIAS, já tem lugar reservado nos jornais, acidentes deixam danos materias, morais e psicológicos na sociedade.
E o medo existe porque não basta "fazer a minha parte". Eu preciso contar com a sorte de não existir na estrada uma cratera que cause um acidente grave. Eu preciso contar com a sorte de não cruzar por um motorista que decidiu ariscar a vida dele e junto a de outros tantos - tomara que não. Preciso contar com a sorte, vejam vocês, para não cruzar por um "policial" (nem deveria ser um) mal humorado que "tem o direito" de procurar um motivo para me condenar a uma pena (não estou reclamando do policial que honesta e responsavelmente cumpre seu dever e seu trabalho e sim de "policiais" que temos a solta por aí).

Pois bem, cada vez mais me sinto assim, com medo, quando preciso enfrentar a selva do asfalto, e tentar sobreviver a ela e a todos os animais que ali encontrarei.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Feliz 2009

Final de ano é sempre assim, agenda cheia, diversos compromissos, comprar presentes... Mas a integração, encontrar as pessoas pessoalmente, rever os amigos, é sempre importante (importante fazer com que isso aconteça). Importante encontrar horário na agenda pra fazer o que se gosta, sempre que possível (em qualquer época do ano).
Como de costume, hora de pensar no novo ano, e mais do que isso, hora de executar o que se planejou. E planejar novas conquistas, novos sonhos. Sempre. Sempre buscar novos sonhos... planejar, batalhar, CONQUISTAR. É assim que somos movidos. Por sonhos, desejos, desafios, conquistas. É o que faz a vida valer a pena. Não precisam ser coisas grandiosas, basta que nos dêem prazer.
Importante sempre acreditar que o sonho é possível, e fazer coisas para que ele fique mais próximo de virar realidade.

Feliz 2009 a todos.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O Amigão

Trechinho de diálogo ouvido no ônibus:

Menina de uns 8 anos: Ô mãe, eu gosto do papai...
Mãe: É? que bom... (sem demonstrar muito empolgação)
Menina de uns 8 anos: O papai disse que o Felipe quer ser meu novo pai.
Mãe: Não! O Felipe quer ser teu a-mi-gão!

Como se não bastasse a criança ter que lidar com a estrutura familiar alternativa, o pai ainda tenta envenenar a filha contra a mãe, confundindo ainda mais a cabeça da criança.

Isso não é gostar de um filho.

Isso é ser egoísta e covarde.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Eu sou rico

Eu dirigi alguns quilômetros nessa noite. Fiz uma volta maior do que o necessário, por segurança e também pro passeio durar mais tempo. Gosto de dirigir. Refleti. Cheguei a uma conclusão.

Eu sou rico. Muito rico. Riquíssimo. Podre de rico.

Porque tenho algo que vale muito mais do que barras de ouro (que valem mais do que dinheiro): eu tenho amigos. De verdade. Amigos em quem posso confiar, com quem posso contar. E saibam todos nesse mundo que meus amigos podem contar comigo. Sempre.

E quando eu digo amigo, não é aquela pessoa que te diz o que tu queres ouvir e pronto. É aquela pessoa que te diz o que tu precisas ouvir. É aquele que te entende só de ver a tua cara. É aquele que tem umas verdades pra te contar, e tem umas palavras pra te confortar. É aquele que sabe que tu tens defeitos, convive com eles, e te ajuda a melhorar. É aquele que te espera parar de chorar pra depois te ouvir.

Se você achar que estou sendo piegas, azar.

Eu disse e repito: sou rico. Rico!

Cheguei em casa cantando uma música. Essa aí embaixo.

Amigo

Composição: Roberto Carlos / Erasmo Carlos

Você meu amigo de fé, meu irmão camarada
Amigo de tantos caminhos e tantas jornadas
Cabeça de homem mas o coração de menino
Aquele que está do meu lado em qualquer caminhada

Me lembro de todas as lutas, meu bom companheiro
Você tantas vezes provou que é um grande guerreiro
O seu coração é uma casa de portas abertas
Amigo você é o mais certo das horas incertas

Às vezes em certos momentos difíceis da vida
Em que precisamos de alguém pra ajudar na saída
A sua palavra de força, de fé e de carinho
Me dá a certeza de que eu nunca estive sozinho

Você meu amigo de fé, meu irmão camarada
Sorriso e abraço festivo da minha chegada
Você que me diz as verdades com frases abertas
Amigo você é o mais certo das horas incertas

Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que você é meu amigo

Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que eu tenho um grande amigo


Obrigado! :)


terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Noivos

Aconteceu. Aconteceu aquilo que todo mundo já estava sabendo que iria acontecer, menos a Jamile:

Noivamos na sexta-feira à noite! :D



Muita gente já sabia. Foram cerca de duas semanas de preparação, de armações, de planejamento, para que tudo desse certo, na última sexta-feira. Para que a surpresa fosse completa!

E, como não poderia deixar de ser, a Família ERAD-Boys foi importantíssima no evento. Obrigado ERAD-Boys!

Estava tudo armado para ser um ERAD-Encontro. Avisei-a com dias de antecedência que possivelmente teríamos um ERAD-Encontro na sexta. Avisei os ERAD-Boys para, se falassem com ela, confirmassem que haveria um ERAD-Encontro.

Na segunda-feira fui à casa da Jamile, sem a presença dela. Sentei na mesa de jantar da família, com meu sogro e minha sogra na minha frente. Falei, falei e falei. O estômago deu uma embrulhadinha, mas eu fiz o pedido. E no final, terminamos os três de pé, abraçados, e eu estava aceito como mais um filho para eles.

Na sexta-feira, a Jamile e eu chegamos no restaurante, sozinhos. Dei meu nome e nos dirigimos à mesa da reserva que eu havia feito dias antes, para 6 lugares. Ela nem desconfiou. Comentei que os outros ERAD-Boys estavam atrasados, mas ficamos ali, esperando pacientemente.

Começamos a conversar e eu fui direcionando a conversa e falando algumas verdades que ela precisava ouvir (e demonstrou adorar ouvir :-)) até que... eu a pedi em casamento. O resto do restaurante acompanhou interessado o que acontecia na mesa ao lado, entre gargalhadas e choro de emoção da minha noiva.

Minutos depois, com a adrenalina ainda no ápice, chegaram no restaurante, de surpresa também, meu pai, minha mãe, meu sogro e minha sogra. A reserva para 6 lugares estava completa.

Que noite! Apesar de eu ter organizado e ter pensado nas coisas, eu consegui curtir como se eu não soubesse de nada, como se a surpresa fosse para mim também.

Foi muito especial!



Dali do chão, ajoelhado, olhando para ela, sentada, entre outras coisas que falei, eu terminei fazendo a pergunta que não queria calar dentro de mim há muito tempo:

"Quer casar comigo?"

Definitivamente, parece que o tempo parou naquele momento.

Por mim, poderia ter parado, tranqüilamente! :-)

sábado, 22 de novembro de 2008

Melão

Melão é uma fruta. Pelo menos até hoje eu achava que era. Até o dia de hoje, quando falavam em melão, eu lembrava da fruta. Você também? Veja abaixo a definição de melão que consta na wikipédia:

Melão (Cucumis melo L.) é uma fruta provavelmente nativa do Oriente Médio. Existem inúmeras variedades cultivadas em regiões semi-áridas de todo o mundo, todas apresentando frutos mais ou menos esféricos, com casca espessa e polpa carnosa e suculenta, com muitas sementes achatadas no centro. A cor e a textura da casca, bem como a cor e o sabor de sua polpa, variam de acordo com o cultivar.



Hoje isso mudou.

Acabo de chegar do Tudo Pelo Social. A fila estava muito grande, mas eu estava esperando, na chuva, pacientemente.
Até que ocorreu o diálogo que apresento abaixo, entre um casal que deveria ter uns 20 e poucos anos:

Mulher: Milan e Inter de Melão não são o mesmo time?
Homem: Não...
Mulher: E Melão?
Homem: Que Melão?
Mulher: O time Melão. São três times diferentes? Não é o mesmo Milan nem a Inter de Melão?
Homem: Acho que não... não conheço esse time.
Mulher: Eu vi ontem na TV...

Silêncio dramático durante alguns segundos.
Eu estava tentando me recuperar do trauma quando:

Mulher: Melão fica em qual país?
Homem: Não sei.

Pronto, desisti da fila e voltei pra casa sem almoço.

Há tempos atrás eu teria ficado ali para catar a maior quantidade de pérolas possível.

Hoje em dia não consigo mais, a paciência esgota mais rápido.

Sinal dos tempos. Estou ficando velho.

OBS.: ali pelas 14h40min vou tentar uma nova ida ao Tudo Pelo Social.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Hablar español? Barbada!

Mas é barbada mesmo. Não concorda?
É muito parecido com o português. Certo?
Tem palavras até que são iguais!!! (até aqui sem nenhuma surpresa)

Sim, é barbada falar "espanhol" ali em Ciudad del Este. É fácil falar portunhol com o latino que vem te visitar e tenta estabelecer um diálogo contigo.
É fácil até você ser largado na capital do Chile, Santiago, rodeado de pessoas que falam castelhano e não dão a mínima pra você se você falar português ou portunhol com elas... hehehe

É amigo... nossas primeiras horas na Capital Santiago não foram das melhores.

Digamos que eu quase descobri o que dizia o saudoso Chacrinha: "Quem não se comunica se trumbica" :)
Não descobri mas serviu de alerta! :o

Ainda bem que eu tinha minha estimada esposa que compreendia tudo o que os castelhanos falavam. Ah, e eles fazem questão de dizer que não falam espanhol, e sim castelhano!

Uma das melhores cenas foi escolher carne de que eu queria comer: Pollo ou Cerdo? Bem, na dúvida baixa os dois... :D

- Me dá um de pôlo
- Poio, fala o atendente
- E um de cerdo (pra esposa)
Nesse momento o atendente me mostra o cardápio, onde além dos nomes têm o desenho (no estilo desenho animado) dos animais, heheheh

Pollo (diz-se poio) = frango
Cerdo = porco

Mas não fomos totalmente despreparados para a terra desconhecida... levamos um super-hiper-mega bom dicionário Espanhol-Português! :)
Quer dizer, lá eu percebi que ele não era assim tão bom. A maioria das coisas que procurávamos, quando tínhamos a palavra em espanhol, não encontrávamos nele.

Mas foi bom, além de tudo o que vimos temos essa e outras boas histórias para contar sobre o pouco diálogo entre brasileiros e chilenos. Basicamente, cada um fala a sua língua e se vira em entender a do outro (em geral cada um entendia uns 20% do que o outro falava). Daí imagine a conversa de louco que saía.

domingo, 12 de outubro de 2008

Fiscalização para caminhão com cinquenta quilos de linguiça

Achou estranho o título? Eu também.

Eu não estou querendo dizer que houve ou haverá ou deve haver fiscalização especial para caminhões que carreguem seja lá quantos quilos de lingüiça. Mas essa pode ser uma manchete no seu jornal preferido dentro de alguns meses.

Imagine a seguinte situação: um caminhão está com uma carga ilegal de lingüiça. Cinqüenta quilos, digamos. A fiscalização resolve verificar a documentação da carga, e pára o caminhão. "Fiscalização para caminhão com cinquenta quilos de linguiça". Isso. Assim mesmo. Sem acento e sem trema.

Éééééé, amiiiiigo. Reforma ortográáááfica!

Parece que a ortografia andou com uns vazamentos, uns rebocos carcomidos, precisando de uma pintura. Daí resolveram fazer uma reforma e vão matar duas entidades da língua (portuguesa, é claro): o trema e o acento diferencial. E ainda, de lambuja, vai haver alterações no uso do hífen.

Os principais argumentos a favor da reforma são a simplificação e a unificação das ortografias em países cujo idioma oficial é o português.

Eu entendo os argumentos a favor. Mas, como esse é o blog dos ERAD-Boys e esse é seu blog por um mundo melhor e num mundo melhor todas as pessoas conhecem o seu idioma a ponto de ler, escrever, falar e compreender corretamente, resolvi conduzir um trabalho de cunho jornalístico-investigativo (será que tem hífen?) para abalizar as considerações de todos a respeito do tema.

Para isso, abaixo está publicada, na íntegra, sem cortes, com todos os pingos nos is, uma entrevista com uma estudante de letras, que descortina os pontos mais cabalísticos da reforma ortográfica supracitada (que passará a ser sem hífen). Com vocês, Danielle Contessa (minha irmã, mas isso não passa de mero acaso, no caso). Nessa entrevista ela mostra o que pode mudar no dia-a-dia das pessoas, empresas e instituições com a reforma ortográfica.


Blog dos ERAD-Boys: O que tu achas da reforma ortográfica?

Danielle: Sinceramente??? (risos) O mercado editorial agradece. Veja bem: a reforma torna obrigatória a unificação ortográfica nos livros didáticos a partir de 2010. As mudanças atingem apenas 0,43% do vocabulário brasileiro, e já estão nas livrarias obras adaptadas à nova situação. São mudanças pouco expressivas que, mesmo facilitando a unificação do idioma, trazem coisas bizarras ao nosso dia-a-dia. Já pensaram escrever "idéia" sem acento???? Pelo menos não enlouqueceram de todo tirando o acento até de "céu". Aí era ir para as ruas e levantar uma revolução!

B: Ma ma ma ma mas... como vai ser para os professores a experiência de ensinar aos alunos que cinquenta é "cinqüenta" e quilo não é "qüilo"? E o qüinqüênio, que vira "quinquênio"?

D: Talvez as próximas gerações não sintam esse sentimento de deturpação tão forte na língua. No entanto, por hora, acredito que será muito custoso para nós. Como explicar que "averigúe" é "averigúe" mesmo sendo "averigue"? Hard Work!

B: E o pára-quedas? Será que os pára-quedistas têm que se preocupar mais com o equipamento depois que ele perder o hífen e o acento diferencial?

D: Eu não teria a mesma confiança! Afinal, além do hífen a reforma leva embora o acento diferencial, já que junta os dois vocábulos. O equipamento deixa de ser contra quedas e torna-se, preocupantemente, a favor delas.

B: Aliás, para que tirar o acento da conjugação do verbo parar na terceira pessoa do singular do presente do indicativo?

D: Pois entao! Para causar uma confusão dentre os falantes! Imaginem o trabalho de um escritor. Retratando uma viagem de carro. Mulher co-pilota (será que terá hífen) do marido perdido na direção. Escritor para dar emoção à passagem tenta o seguinte diálogo: "Amor, pega a próxima à direita que vai para... Para!!!!" Quem compreenderia? A mulher enlouqueceu e simplesmente gritou a preposição bem alto para chamar atenção, ou há um motivo para parar na estrada? O escritor corta o diálogo. E assim, corta-se um possível mega sucesso literário. O escritor se decepciona e abandona o que estava escrevendo, passando para a autoajuda (agora sem hífen também)! Deprimente.

B: E a lingüiça? Será que ficará mais cara sem o trema? Qual pode ser o impacto da reforma para os açougues e frigoríficos?

D: Se eu fosse dona de açougue aproveitava esse período de adaptação para lançar "A linguiça". Uma iguaria de origem portuguesa muito diferente da nossa lingüiça. Um estouro de vendas!

B: Você acha que a indústria farmacêutica terá problemas com os antiinflamatórios, que passam a ter hífen?

D: Olha... Ninguém lê bula de remédio, acho que essa nem vão notar!

B: E quanto ao neo-imperialismo, que passará a ter não apenas um simples encontro vocálico, mas sim um verdadeiro "motim vocálico", quando passar a ser "neoimperialismo"?

D: Tomara causasse tamanha estranheza no povo. Três vogais juntas não podem indicar um bom sinal... Muito pior do que o neo-imperialismo que já sofremos é o neoimperialismo que está por vir! A união das vogais parece indicar uma união entre as megapotências mundiais que agora, mais do que nunca, exercerão ferrenhamente o domínio informal sobre nós, pobres tupiniquins.

B: Vocês estudantes de letras não ficam com enjoo (sem acento) quando veem (sem acento) que "enjôo" e "vêem" não terão mais o acento diferencial?

D: Com certeza. Significante e significado se perderam. Saussure jamais permitiria que se perdesse o respeito por nossos signos linguísticos.

B: Tá, mas... afinal, quem é Saussure?

D: Saussure é um grande nome na lingüística. Suas idéias desencadearam o surgimento da lingüística enquanto ciência. Ele apontava que todo signo possui um significante (uma imagem acústica, no plano da forma) e um significado (o conceito, no plano do conteúdo).

B: Ah, tah! E o absorvente feminino aquele que é ultra-fino, vai continuar permitindo que as mulheres corram e andem de bicicleta mesmo depois que for "ultrafino"?

D: "Ultrafino" tudo junto também não me inspira confiança, mas pelo jeito teremos que nos acostumar com isso. Nem nossa intimidade está sendo respeitada... Pensando bem, toda a reforma deve ter começado pelo neoimperialismo!

B: E o Batman? Como será que vai reagir quando descobrir que o Coringa passará a ser seu "arquirrival" e o Charada é seu "arqui-inimigo"?

D: Se não é de se preocupar?! Nem os super-heróis foram poupados. Isso é um ataque direto contra tudo o que sempre acreditamos. O Batman deve se preocupar... Com um arquirrival com dois "erres" e um arqui-inimigo com hífen e outro "i" podemos desconfiar de uma trama em conjunto pela destruição de Gotham City, e até do mundo todo!

B: As pipocas de "micro-ondas" vão ser mais gostosas que as pipocas de microondas?

D: A pergunta ideal seria: porque mexer no nosso microondas? Talvez nós gostemos das pipocas de microondas e não estejamos prontos para as de micro-ondas. Talvez nós gostássemos de ser bilíngües, já que bilíngue só pode ser parente daquela linguiça portuguesa. As geléias não terão o mesmo gosto como "geleias". As jóias perderão o brilho tornando-se "joias". E eles pedem para ficarmos "tranquilos"???

E essa foi a primeira entrevista do Blog dos ERAD-Boys. Obrigado à Danielle pelos esclarecimentos oportunos a essas grandessíssimas questões que ora nos atordoam. Certamente há ainda questões deveras importantes e complexas a serem respondidas sobre a reforma ortográfica. Mas que é de uma feiura sem acento e sem tamanho escrever linguiça, cinquenta, quinquenio, panaceia e jiboia, ahhh, isso é!

Será cada vez menos frequente encontrar pessoas com grande eloquência.

Em compensação, cada vez mais delinquentes e sequestradores são encontrados nas ruas das grandes cidades. Até os pinguins do polo norte terão seu voo atrapalhado. Imagine os futuros alunos das séries iniciais tendo que lidar com isso.

Menos mal que parece que o chapéu do vovô e o acento da vovó vão escapar ilesos dessas mudanças.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Vendedor é fogo

Dia desses fui na FENAC (Feira Nacional do Calçado) em Novo Hamburgo.
Dentro de uma loja, vi um cliente dizer para uma vendedora que havia gostado de um sapato que estava na prateleira. Ele perguntou:

- Gostei deste aqui. Vocês têm em outros tamanhos?

E a vendedora:

- Não temos. Só esse 42, mas experimenta porque a fôrma é bem grande.

A vendedora terminou de falar isso e virou de costas para atender outra pessoa (Tinha muita gente pra ser atendida).
O cliente ficou meio contrariado e sentou do meu lado, esperando que a vendedora desse atenção pra ele novamente.

Depois de alguns segundos (menos de minuto), a vendedora se vira novamente e diz:

- E então senhor? Serviu?

O cara fala:

- Nem experimentei. Eu calço 41.

E a vendedora:

- Ah, mas experimenta, a fôrma é bem pequena.

Nisso o cliente dá uma risadinha, olha pra ela e diz:

- Ué? A fôrma mudou?

sábado, 4 de outubro de 2008

A importância de apenas um

Então é isso. 5 de outubro, eleições municipais.

A mim, sinceramente, não importa em quem alguém vai votar. Eu sei em quem eu vou votar. Eu só gostaria que todos (eu disse todos) os cidadãos votassem conscientemente. Não adianta votar nulo, nu, no "Nononono". Eu queria que todos tivessem consciência.

Pode ser que as opções não sejam das melhores. Não quero e nem vou entrar na discussão sobre quem deve ou não deve ganhar, quem é o melhor candidato, quem está mais preparado, quem é mais correto ou honesto, quem fez ou fará mais pelo povo, quem tem a melhor proposta pela educação, pela saúde, pela segurança pública, pelo transporte, pelo emprego, pela moradia, pela cultura, pela inclusão social, pelos jovens, pelos adultos, pelos idosos, pelas mulheres.

Horário eleitoral é um saco. Alguém viu?

Candidato a vereador às vezes é engraçado. Alguém aí cita mais de 5?

Alguém aí acessou a página dos candidatos para saber o que eles propõem?

Claro, todos nós corremos o risco em todas as eleições de que todos os candidatos estejam só nos empanturrando de promessas. Em alguns casos, fica clara a tentativa de nos engambelar e a gente consegue perceber, daí podemos defenestrar os embusteiros. Em outros, a gente só se dá conta depois que o mandato já está em andamento. Mas enfim, é um risco. E é contra esse risco que a gente tem uma só arma.

E a arma não é o voto. Ele é um meio. A arma é a consciência. É pensar antes de apertar os botões.

Mas o fato é que alguém tem que ser eleito. E que não seja usado aquele discurso de que "ah, eu sou um só, meu voto não faz diferença".

É nessas horas que a gente pode comprovar a importância de apenas um.

(Editado em 04/10/2008 - 22:58 - tinha faltado um "conscientemente". Problemas de escrever, reler, apagar, re-escrever. Faltou, não falta mais... :D)

terça-feira, 30 de setembro de 2008

O Espaçoso do Ônibus

Ontem eu estava voltando pra casa de ônibus tranqüilamente.

De repente percebi que de pé no corredor do ônibus estava parado um cara de uns 1,65m aproximadamente e uns 120 ou 130 Kg, por aí. Sei lá, era muita coisa. Eu também estava de pé e, para o meu azar, eu estava bem perto dele. Pra ser preciso estávamos de costas um para o outro.

Até aí tudo bem, com boa vontade e com auto-consciência dimensional de cada um, dá-se um jeito. Infelizmente não era o caso. Eu estava ali, me mantendo vivo nos 10% de corredor que me restavam. Nisso, o ônibus entrou na Mauá e o motorista decidiu que ele não tava mais carregando humanos, carregava um saco de batata. Botou uns 70 Km/h +- na Mauá cheia de ondulações e ocorreu o pandemônio dentro no bus. Aquilo pulava mais que touro de rodeio.

E eu ali, respirando.

Agora, pelo que vocês já leram até aqui e pelo título do post, quem vocês estão achando que é "O Espaçoso do Ônibus"?

Erraram! Sou eu. QUE ABSURDO! "O Espaçoso do Ônibus" sou eu!!! Prazer.

No meio das cavalgadas que o ônibus dava pela Mauá o cara virou pro meu lado e resmungou: "Pô méo, ma tu é espaçoso hein". Bem assim, com a maior marra e "malandrage" que já ouvi. Sabe pessoa de baixo nível? Barraqueira? Eu tive a nítida sensação de que eu estava perante um exemplar típico.

Eu olhei pra figura, medi sua circunferência com os olhos, avaliei o "nével" e disse:

- Desculpe.

E por que eu fiz isso? Por um único motivo:

Com ignorante não se discute. Ignorante se respeita.

Guarde isso e leve pra sua vida.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

A Dança do Boneco de Posto

Taí o que você queria!

Um ERAD-Boy explicando para o mundo todo como se dança a dança do momento!

A dança do boneco de posto!!!



Não preciso dizer mais nada.

OBS.: Percebam que de fundo existem duas ERAD-Girls: a noiva e a Jamile, que timidamente aderem à dança também!

Aprendam com o mestre!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Boneco de Posto???

Aí vai a foto de um ERAD-Boy dançando o crrrrrrééééééuuuuuuuuu.
Esse ERAD-Boy era... era... era... EU! :-(

Eu conto a história. Começou a tocar essa música.
Estava o Caçula, o Machado, eu e o Luka, lado a lado.
Nenhum de nós ainda tinha tido coragem de fazer o gesto, afinal de contas estávamos rodeados de familiares da Jamile, de pessoas de mais idade, de moças por perto. Enfim, estávamos com vergonha.
O Machado cruzou os braços, para garantir que a tentação não iria lhe tomar de arroubo (isso dá pra ver na foto). Daí, eu tomei coragem e fiz o primeiro movimento, meio que timidamente. Veja na foto abaixo:



Depois, dado o término das minhas primeiras remadas, veio a segunda foto, já com o Caçula me olhando e dando uma gaitada.



Viram? Enfim, só fotos. Registrar danças bizarras através de fotos não tem tanto apelo. Fica muito mais interessante quando é um vídeo.

E esse é o gancho para o lado negativo deste post. Agora é o momento sério e triste do post. Eu vou ser direto, como a gravidade da situação exige:

NÃO HÁ UMA FOTO DE ERAD-BOY DANÇANDO MATRIX NO QUADRADO!

Lamentável, eu sei. O que houve foi um enorme engano. Existe sim uma foto que registra vários participantes da festa da Jamile dançando a Dança do Quadrado. Acreditei, imaginei, viajei, delirei que um ERAD-Boy estava naquela foto. Mas não estava! Que trapalhada! Ontem quando fui pegar a foto no meu computador levei um susto. A foto existe, mas meus olhos me traíram. Não era um ERAD-Boy que estava lá. Tô ficando velho, definitivamente! :-(

Porém, no blog dos "ERAD-Boys - Por mundo melhor!" ninguém nunca sai perdendo.

Para recompensá-los de tamanho prejuízo ofereceremos algo muito melhor. Um vídeo (sim, um vídeo!) do mesmo ERAD-Boy que supostamente estaria dançando Matrix no Quadrado, só que agora dançando outra dança muito melhor: A DANÇA DO BONECO DE POSTO!!! Não é foto, é vídeo. E dessa vez existe mesmo, vi e revi várias vezes e desta vez meus olhos não me enganam!

Em breve postaremos aqui. A dança está inserida em um enorme vídeo, precisamos recortar apenas os cerca de 11 segundos de nosso interesse, dessa performance sensacional!

Essa existe! Vocês verão!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Encerradas as enquetes de danças bizarras!

Acabouuuuuu!
O sim venceu o não!
A esperança venceu o medo!
O bom humor venceu o senso de ridículo!

As pessoas querem sim ver estas cenas dantescas!

O resultado final das enquetes foi:

Você gostaria de ver a foto de um ERAD-Boy dançando o Créu?
(2 votos) Sim, tomara que seja o Machado
(1 voto) Sim, tomara que seja o Sanger
(3 votos) Sim, tomara que seja o Caçula
(0 votos) Sim, tomara que seja o Polina
(1 voto) Não! Tá louco! Capaz que quero ver essa bizarrice!

Você gostaria de ver a foto de um ERAD-Boy dançando Matrix no seu quadrado?
(1 voto) Sim, tomara que seja o Polina
(1 voto) Sim, tomara que seja o Caçula
(1 voto) Sim, tomara que seja o Sanger
(2 votos) Sim, tomara que seja o Machado
(1 voto) Não! Eu é que não quero ver essa coisa bisonha!

Parabéns aos vencedor por sua popularidade!!

Amanhã postarei as fotos (elas ficaram em casa). Porém, já posso adiantar que a voz do povo nem sempre é a voz de Deus, e o mais votado na primeira enquete não é o dançarino da referida música, assim como o mais votado da segunda enquete não é o dançarino da música da segunda enquete.

Será que os vencedores das danças ficaram invertidos? Será que não eram eles? Será que era apenas um e não outro? Amanhã, aguardem!

domingo, 21 de setembro de 2008

Tá, mas... e o casamento?

Fantástico.

Extraordinário.

Sensacional.

Supimpa.

Incrível.

Espetacular.

Excepcional.

Estupendo.

Assombroso.

Esgotou o assunto.

Parabéns Viviane e Polina!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O casamento de um ERAD-Boy

Simplesmente o momento não podia passar em [cor de vestido de noiva]. Será amanhã!

Em inglês, "wedding". Em francês, "mariage". Em espanhol, "boda". Em italiano, "matrimonio". Em bom português, "casamento". No mundo todo, o símbolo da união de duas pessoas que se encontram e compartilham as próprias vidas uma com a outra.

Não é apenas um momento em que um cara usa um [roupa de noivo], em que duas pessoas trocam [anéis que simbolizam o casamento].

Estamos ficando velhos? Velhos, não. Maduros. Um de nós muda de time, passa para o time dos casados. Um de nós está casando. Ainda ontem, estávamos brincando, estávamos indo à escola, estávamos fazendo vestibular, estávamos entrando na faculdade, estávamos indo à ERAD-2001, estávamos criando essa amizade que nos une tanto, estávamos nos formando, estávamos no mestrado, estávamos organizando o primeiro encontro de ERAD-Families. Estamos crescidos. Estamos adultos.

A vida está nos dando cada vez mais coisas. O tempo está passando cada vez mais rápido. Há seis meses estávamos assistindo ao filme "ERAD-Boys - 7 Anos de História" e achando que já tínhamos vivido bastante nessa amizade. Realmente estávamos certos, mas, como o próprio filme diz, apenas começamos. Os últimos seis meses, somados ao dia de amanhã, já renderiam pelo menos outro belo filme.

Que bom sermos ERAD-Boys! Que bom podermos presenciar o casamento de um ERAD-Boy!

Parabéns Viviane e Polina. Temos muito orgulho desse casal. Amanhã estaremos no altar como padrinhos de vocês (outro enorme motivo de orgulho), para abençoar esta união.

Que a felicidade desse momento dure para cada minuto da vida de vocês.

E que a gente possa sempre estar perto vendo tudo isso.

Ass.: Sanger, Caçula e Machado

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

É só uma enquete? Não! São duas!

O Sanger teve uma idéia do balacobaco: lançar uma enquete para ver se os nossos caríssimos leitores gostariam de ver uma foto de um ERAD-Boy dançando o "Crééééééééu crééééééééu créééu crééu créu créu créu créu créu". Além disso, ele jura que tem uma foto de um ERAD-Boy dançando "Ado A-ado, cada um no seu quadrado, matrix no seu quadrado, matrix no seu quadrado, eu disse ado a-ado cada um no seu quadrado".

Então, ei-las.

Exerça seu direito democrático. Façam com que o Blog dos ERAD-Boys, o seu blog por um mundo melhor, seja feito de acordo com sua vontade.

Fotos da Formatura da Jamile

Demorou, eu sei. A promessa de colocar aqui uma foto com toda a família ERAD-Boys reunida deu trabalho. Eu não tinha esquecido, viu?
O problema era achar uma foto em que todos apareciam juntos.
Por um certa inabilidade, imperícia, ã... (tá chega de enrolação, vamos ser diretos), tabacudice, atrapalhação, manézice, burrada, este que vos fala, e outros que não citarei o nome, não se tocaram, não lembraram, nem atinaram que nenhuma foto reunindo todos havia sido tirada.
Qual a solução?
Postar várias fotos, para que todos possam aparecer. Primeiro, os ERAD-Boys:



Mas cadê a formanda? Não deveria ser a principal? OK, OK, agora a formanda, o "Pó que tá casando", a Vivi e o Luka:



Agora só as ERAD-Girls!



E, por fim, puxando toda a brasa possível para o meu assado, a foto da Baixarel com seu namorado:



Era isso! Espero ter compensado a demora!

Ah... tem uma foto de um ERAD-Boy dançando a Dança do Quadrado, pra ser mais preciso, dançando Matrix no quadrado e outra foto de outro ERAD-Boy dançando a música do crééééu, créééuuuuuuuuuuu, créééééééuuuuuuuuuuuuuu! Não sei se devemos postar ou não, afinal de contas é só uma foto, não tem movimento, não sei se alguém tem interesse........ talvez valha uma enquete aqui no blog :P

sábado, 13 de setembro de 2008

Orgulho de ser brasileiro II, o retorno

"Isso é a vontade de vencer, e mais ainda, a vontade de viver. A medalha é uma homenagem à minha vida."

Foi com essas palavras que a brasileira Verônica Almeida coroou sua medalha de bronze na natação em Pequim. Sim, ainda estamos vendo esporte na sua essência na capital chinesa, agora com os Jogos Paraolímpicos.

São competições com atletas menos badalados. Na verdade, eles praticamente não são conhecidos. Eu não lembro de ter ouvido falar em Verônica Almeida. Também pudera, a cobertura dos Jogos Paraolímpicos consegue ser impressionantemente ruim. A imprensa dificilmente fala nos atletas Paraolímpicos. Notícia para eles só quando conseguem medalha.

E é aí que entra a oportunidade de ler as entrelinhas. Nada de "agradeço ao patrocinador", "quero valorização", "vou buscar meu espaço na seleção". Nada disso. Cada um que conquista uma medalha tem sua história. E se você pensa que já viu histórias de superação de atletas, acaba sempre se surpreendendo.

Lucas Prado, que já teve fissuras nas duas pernas por excesso de treinos (excesso de treinos, olhe aí, veja você! - qualquer diferença com alguma modalidade esportiva milionária e famosa não deve ser mera coincidência), está ganhando medalhas em escala industrial. Ao ganhar sua segunda medalha de ouro no atletismo (e bater outro recorde mundial), saiu-se com essa frase:

"Foi uma grande emoção conquistar esse ouro com o recorde mundial. Eu estava um pouco cansado, porque disputei três tiros de 200 metros em seguida, mas consegui ser forte para suportar a pressão. Estou muito feliz, e agora tenho que descansar para os 400m rasos."

Ou seja, ele continua motivado, com vontade de vencer. Cansaço é problema ou desculpa? Não para ele.

Clodoaldo Silva, multi-campeão na natação, ganhou sua primeira medalha em equipe, em um revezamento 4x50 metros. Não saiu batendo no peito, dizendo "eu sou soda, eu sou soda". Nada disso. Apenas disse, voz embargada e olhos marejados:

"É bom ser campeão individual, mas é muito melhor ser campeão em equipe."

Que espírito, senhoras e senhores! Que grande demonstração de força de vontade! Que grande falta de individualismo! Quanto desapego aos holofotes!

Daniel Dias, outro nadador que tive o imenso prazer de ver competindo pelo Brasil, ao ganhar sua primeira medalha de ouro no dia da Independência do seu país (já são quatro - sua posição no quadro de medalhas, sozinho, já seria de dar inveja a muito país grande por aí), disse sem pestanejar:

"Vou poder escutar o hino nacional no dia 7 de setembro, mesmo na China. Se Deus quiser, mais medalhas virão."

Além de ser exemplo de superação, é patriota. Tem esse sentimento que às vezes algumas pessoas nem entendem bem o que é.

Não são eles os únicos exemplos. O Brasil tem uma grande e valorosa delegação nas Paraolimíadas de Pequim. Todos esses atletas (eu disse todos) são exemplos para nós. Todos eles nos mostram como se pode superar problemas e adversidades. Na verdade, não precisam ganhar medalhas para nos encher de orgulho. E nos lembram aquilo que a música cantada pelo Zeca Pagodinho diz:

"Mas digo sinceramente, na vida, a coisa mais feia
É gente que vive chorando de barriga cheia"


Só nos resta lamentar que esses Jogos Paraolímpicos não sejam transmitidos com o foco que tiveram os Jogos Olímpicos. Mas tudo bem. Para estes atletas brasileiros, não é fundamental que haja um narrador (ruim) gritando "é ouro! é prata! é ouro! é prata! é ouro! é ourooo!". Eles vão competir com a mesma vontade, a mesma garra, o mesmo entusiasmo, mesmo sem a promoção que uma cobertura completa da imprensa traria.

Porque essas pessoas não são atletas, senhoras e senhores.

Essas pessoas são verdadeiros heróis. Heróis nacionais? Talvez. Mas acima de tudo, heróis na vida. Heróis na própria vida.

O que só nos deve encher de orgulho.

Nessas horas, como é bom ser brasileiro!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Orgulho de ser brasileiro

Em tempo de Jogos Olímpicos a gente fica mais propenso a ter arroubos de sentimento patriótico. Mas o que quero escrever não é um libelo exaltando as virtudes da gente da nossa pátria mãe gentil. O que eu realmente desejo é perguntar:

Você conhece Gustavo Tsuboi?

Se não, estamos (quase) na mesma situação. Não sei sobre Gustavo Tsuboi nem um décimo do que sei sobre diversos jogadores de futebol. Na verdade, não lembro de ter ouvido falar alguma vez em Gustavo Tsuboi. Não antes dessa Olimpíada. Pois acredite: Gustavo Tsuboi é um exemplo. Um exemplo de como se pode perder uma disputa de forma digna.

Gustavo Tsuboi é um mesa-tenista brasileiro com cara de oriental. Estreou na competição em Pequim contra um mesa-tenista canadense. Não o conheço também, leigo que sou sobre os atletas do tênis de mesa. Mas posso afirmar categoricamente que, se fosse em um esporte onde a força decide o vencedor, Gustavo Tsuboi não teria a mínima chance.

E Gustavo Tsuboi abriu vantagem. 3 sets a 1, em uma melhor de 7 sets de 11 pontos. E o canadense, em um momento de distração do brasileiro, empatou o jogo. E em seguida, o pior: o canadense iniciou o derradeiro set da partida em vantagem. Chegou a abrir distância, sua vantagem era 10 a 6, se não me falha a memória. Ou seja, mais um ponto e Gustavo Tsuboi deixaria o torneio para não mais voltar.

Você pensa que Gustavo Tsuboi desistiu? Pensa que ele esmoreceu por causa dessa vantagem? Nada disso. Gustavo Tsuboi se concentrou ao máximo. Gustavo Tsuboi encarava a bolinha, a mesa, o canadense, e segurava sua raquete com uma devoção simplesmente... incrível. Ele suava, naquela hora cada gota de suor que pendia de seu rosto concentrado era uma gota de suor da gente brasileira, uma gota de suor de todos os Joões, o Josés, as Marias. E Gustavo Tsuboi foi fazendo os pontos necessários. E desestabilizou o grandalhão canadense. E, quando menos se esperava, catapimba!, Gustavo Tsuboi empatou o jogo. Nesse momento, permitiu-se um grunhido de satisfação, para logo em seguida retomar a concentração. E Gustavo Tsuboi, pasmem, virou o jogo! Isso mesmo, você que pensou que a participação de Gustavo Tsuboi no torneio de simples no tênis de mesa em Pequim seria rápida como o Jaspion, engula essa! Ele venceu o canadense.

Ele provou que o brasileiro pode. Ele mostrou que nós podemos. E, acima de tudo, dava pra ver que ele o fez porque se dedicava a uma causa. A causa de jogar o jogo em nome do seu País. Aquele papo de amor à pátria, sabe? Ele estava lá dando o seu máximo representando o Brasil. Esse é merecedor da torcida e do reconhecimento dos brasileiros. Deu orgulho ser representado no tênis de mesa por Gustavo Tsuboi.

Ele perdeu o jogo seguinte, mas certamente não foi porque pensou que era melhor que os outros. Ou porque só estava interessado em fama e dinheiro. Ele deve ter perdido para um adversário melhor, que estava também representando seu país.

O que eu quero concluir com essa belíssima narrativa (ah, foi belíssima, não desmereça o narrador) é que eu tenho sim orgulho de torcer para os atletas brasileiros. Desde que eles tenham orgulho de me representar. Dá gosto torcer para o vôlei, a ginástica feminina, o atletismo, o jodô, o tênis de mesa, e tantos outros esportes.

O esporte está cheio de casos assim, em que a vontade de superar limites supera as dificuldades mais impressionantes. Como o caso do judoca Eduardo Santos, que ficou 10 anos com a faixa marrom, e que foi pra Olimpíada e chorava copiosamente porque não conseguiu ganhar o bronze na sua categoria.

Deu pra entender por que eu agora conheço Gustavo Tsuboi?

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Mais uma formatura!!!

Domingo teremos uma ERAD-Girl se formando em Ciência da Computação!

Será a primeira baixarel da história da Universidade Federal do Rio Grande do Sul!

A Família ERAD-Boys está muito feliz com o feito. Eu, em especial, estou cheio de orgulho! :D
Então, em nome de todos os ERAD-Boys, gostaria de dar os parabéns à Jamile, pois a vitória foi suada e muito, muito merecida!
Além disso, gostaria de desejar a nós uma ótima cerimônia de formatura e uma ótima recepção depois!

Parabéns Baixinha!

OBS.: desde já registro aqui minha promessa de postar uma foto da família ERAD-Boys reunida, com a Jamile de toga e barrete, lá na saída do Salão de Atos. De preferência, com a imagem da tocha com o símbolo da UFRGS de fundo.

Aguardem, o domingo será de emoções... :-)

domingo, 3 de agosto de 2008

Maloca cidadão da civilização

Eu estava indo para o trabalho em um dia de chuva. Resolvi pegar um ônibus até o centro, para não me molhar muito. Na minha parada, subimos no ônibus eu e um homem que, só de olhar, dava para desconfiar que ele não ia pagar passagem. Ele iria pedir para passar por baixo da roleta. Era um morador de rua, com roupas velhas e sujas.
Passei na roleta e me sentei. O homem se aproximou da roleta e já foi se abaixando para passar por baixo. Nisso, o ônibus recém tinha arrancado da parada e já havia parado em uma sinaleira.

O cobrador reagiu à tentativa do homem:
- Não, não, não! Pode descer aqui mesmo!

O homem tentou ainda insistir para passar por baixo da roleta, mas o cobrador foi irredutível. Sem outra solução, começou a se dirigiu à porta do ônibus, para descer. No entanto, parou e argumentou:

- Mas eu não posso descer fora da parada! Não pode! Ninguém pode subir ou descer fora de parada!!

O cobrador riu e ficou irritado ao mesmo tempo. "O maloqueiro tá argumentando!!!", deve ter pensado, embasbacado.

O cobrador reagiu:
- Tá, sai logo!
E o motorista abriu a porta.
O homem chegou na porta, desceu o primeiro degrau, olhou pra rua e voltou:

- Não posso descer aqui! Tu tá parado em cima da faixa de segurança!

Que momento!!! Muito engraçado! Quase levantei pra aplaudir. O cobrador e o motorista foram a loucura, se irritaram pra valer! Antes de descer, o homem ainda pediu o número do ônibus, pois pretendia ligar para a empresa para reclamar...

Por um lado, ele estava errado, queria andar de ônibus sem pagar. O velho jeitinho brasileiro.
Por outro lado, exigiu o cumprimento das regras. Por mais que suas reivindicações tenham servido apenas para servir de suporte ao jeitinho brasileiro, não dá pra negar que quando ele quis ele esteve antenado nas regras e nos deveres do cidadão!

Ele foi um cidadão!

Enfim, pode ser que leve mais 1000 anos, mas arrisca que o Brasil, um dia, ainda chegue lá.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Mais uma verdade irrefutável

Sabe quando a gente tem a nítida impressão de que descobriu algo tão grande, tão importante e tão fundamental que parece que é muito óbvio?

Ahhh, pois é!

É isso que se passa comigo agora. E eu vou contar para vocês. Para todos. Não vou esconder esse fato. Não, não adianta você, leitor, pensar que eu vou esconder a verdade simplesmente porque muitas pessoas não a vêem ou não acreditam nela. Na na ni na não! A verdade, doa a quem doer!

Isso eu aprendi com meu pai. Ele sempre disse, na aurora de minha vida, desde meus mais tenros anos: "Quem diz a verdade não merece castigo". Sim, ele queria me dizer que se eu mentisse, e ele descobrisse depois a verdade e (muito pior), descobrisse que eu menti, então pode começar a contagem regressiva, porque o bicho ia pegar. Muito mais pela mentira, acredite.

Já minha mãe sempre me dizia que se eu ficasse mentindo, quando eu tivesse que dizer a verdade ninguém ia acreditar. Então, era melhor falar a verdade sempre, pra que eu tivesse credibilidade. Tá certo, "credibilidade" é uma palavra que eu conheci depois dos meus mais tenros anos, mas era isso que ela queria dizer. Às vezes a gente demora a entender. Menos mal que entende.

Bom, mas aí é que reside a questão principal. Vou lhes dizer aqui uma verdade irrefutável. Algo que, quando for compreendido por todos (eu disse todos) no mundo, certamente o tornará um lugar melhor.

A verdade é: uma das coisas mais importantes que um homem (ou uma mulher) tem é a família, quiçá a mais importante.

Sim. Ela é a base de tudo. Ela é que constrói coisas. Ela é que dá toda a base que uma pessoa precisa ter na vida.

Só pra escrever isso, eu já coloquei logo de cara dois ensinamentos da minha família, pra que você veja como ela é importante na minha vida. Pra que você veja com quem está lidando, por assim dizer. Meus pais me ensinaram muita coisa. Quase tudo que sei, foram eles que me ensinaram. Tá bom, programar em Java eles não me ensinaram.

Mas aí é que está o ponto nevrálgico dessa questão toda. Eles não me ensinaram a programar em Java, mas eles me ensinaram coisas que foram necessárias para que eu pudesse aprender a programar em Java. Pré-requisitos, entende?

Isso sem falar em tios, avós, primos, até a irmã mais nova.

Por isso é que eu completo, com mais uma afirmação importante: é justamente por não ter os pré-requisitos que as pessoas estão se atrapalhando. Sem a família, as pessoas não vão muito longe.

E esse é um problema que não é de hoje que eu noto. A juventude atual parece (em geral) não ter muito apoio da família, e por isso vive em uma quase ausência de valores. Essa ausência de valores vai gerando ausência de responsabilidade, que vai gerando... bom, é um círculo vicioso bem ruim.

Arrisco dizer que a causa para tantos acidentes de trânsito, políticos corruptos, juízes de futebol lamentáveis, entre outras mazelas que acometem a sociedade atual, é apenas uma: a falta de solidez na família.

Certamente o político é corrupto porque sua mãe não ensinou que o que é seu é seu, o que é do outro é do outro. Certamente o acidente de trânsito ocorre porque o motorista pensa que está em casa, jogando video-game, e que se alguma coisa acontecer a mãe ou o pai vai salvá-lo magicamente. Certamente o juíz de futebol... bom, juíz de futebol é inexplicável mesmo.

Simples assim.

Portanto, eu vos digo: salvem as famílias! Cultivem as suas! Formem as suas, com solidez e responsabilidade. Ajudem, com isso, a salvar a pátria!

Isso mais a educação, nossa! Resolve uns 80% dos problemas. O resto, bom o resto é saúde, emprego, bons juízes de futebol...




P.S.: Ahhh, e sobre os últimos acontecimentos: Haaaaaaaaaaja coração! :)

sábado, 28 de junho de 2008

Dica de saúde

A dica do ministério da saúde e boa alimentação tem como fonte a edição de maio/2008 da revista SAUDE! (http://saude.abril.com.br/edicoes/arquivo/edicao_0298.shtml):

- O consumo de 1 (uma) castanha-do-pará por dia garante as doses de selênio de que seu corpo precisa para preservar cada célula e ajudar você a viver mais.
Ah, e não se pode exagerar... é só uma por dia.

- Bastam 6 (seis) nozes diariamente para que seus vasos sangüíneos fiquem mais relaxados e protegidos.

Na revista podem ser encontrados detalhes e (interessantes) informações adicionais.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Grandes Momentos

Grandes momentos se aproximam para a Família ERAD-Boys.
Prevejo, no curtíssimo prazo, aniversários, defesas, casamentos, formaturas, inauguração de sede campestre... enfim, grandes momentos.
Güenta coração! :D

terça-feira, 3 de junho de 2008

Só temos uma saída. Mas temos!

"Mas, francamente, onde é que nós estamos? Onde esse país vai parar?"

Essas foram as duas únicas coisas que consegui balbuciar ontem à noite, por volta de 23:00. Vi coisas absurdas, que me deixaram mais que estupefato. Me deixaram boquiaberto.

Estava eu assistindo a um programa na TV. E, em uma matéria que era meio jornalística, meio humorística, deixaram um celular "esquecido" no meio da rua. E ficaram lá filmando escondidos, na espreita, só esperando alguém "encontrar" o celular. A idéia era verificar a honestidade do povo brasileiro.

Quando alguém encontrava aparelho, o celular tocava. Era o repórter que queria recuperar o celular. Estava falando com a pessoa, vendo-a e se aproximando. Tudo filmado.

Algumas pessoas diziam que estavam com o aparelho, se colocavam à disposição para devolver o celular. Então chegava o repórter e agradecia pela devolução do celular. Um rapazote, um jovem mancebo, chegou a afirmar categoricamente que com "cinqüentinha" devolvia o celular.

Mas um encontrou o celular na rua, a pé, e o atendeu. Disse que estava dirigindo, pelo que entendi falou um local longe dali. Obviamente, ele pareceu querer dificultar ao máximo a recuperação do aparelho. Qual não foi sua surpresa quando o repórter apareceu e perguntou, olhos nos olhos: "Onde é mesmo que você está com o meu celular?". Isto me deixou estupefato.

Mas boquiaberto mesmo eu fiquei com uma outra senhora. Encontrou o telefone e imediatamente guardou em uma bolsa (ou no bolso, ou sabe-se lá onde). As câmeras filmando. O celular tocou. Ela não atendeu, e se dirigiu para um lugar que pareceu seu trabalho. E nesse momento o repórter foi até ela. Perguntou se ela devolveria um celular se tivesse encontrado. A resposta? "Não encontrei nenhum celular". Mostraram a ela (sim, na hora, mostraram) o vídeo dela juntando e armazenando o celular. E mesmo assim ela dizia não ter nada a ver com celular nenhum. O repórter saiu dali, pegou o primeiro policial, e pediu providências. Para o policial ela entregou o aparelho.

O mesmo programa fez outra reportagem mostrando o desrespeito a vagas de estacionamento para deficientes. Pessoas comuns (sem deficiência nenhuma), policiais (pasmem!), e (acredite se quiser) políticos não respeitam as vagas reservadas para deficientes. Passaram vergonha em rede nacional, porque o programa fez chacota deles.

O problema, meus amigos e minhas amigas, o verdadeiro e único e primordial problema é a educação. Sabe? E-DU-CA-ÇÃO.

Menos mal que a dona da lotérica em Santa Catarina achou o bilhete premiado e o devolveu à dona. Isso não deveria render reportagem no noticiário, posto que deveria ser um comportamento normal, corriqueiro. Mas no nosso país, isso deve ser comemorado. Ela era uma pessoa educada. E-DU-CA-DA. Uma pessoa que sabe o valor da verdade.

Sim, temos solução. E-DU-CA-ÇÃO!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Há 28 anos

Há 28 anos e alguns meses, eu ainda estava na barriga da minha mãe.

Meus pais tinham um fusquinha 69, branco, apelidado carinhosamente pela família de "Aéle". Naquela época, as placas de carros tinham apenas duas letras, e as duas letras do Aéle eram justamente A e L, daí o apelido.

Um dia, com minha mãe grávida, meus pais estavam no Aéle indo visitar meus avós. No rádio do carro começou a tocar, em um volume abaixo ainda, a seguinte música:

"Ô coisinha tão bonitinha do pai,
Ô coisinha tão bonitinha do pai,
Você vale ouro, todo meu tesouro..."

Meu pai ficou todo bobo! Alteou o volume e começou imediatamente a fazer carinho na barriga da minha mãe e a cantar a música. A partir dali, sempre que ouviam a música, ligavam-na a mim.
Essa ligação entre a música e o Rodrigo talvez tenha durado apenas algumas semanas, alguns meses, no máximo alguns poucos anos, mas demonstra como minha aparição no mundo era festeja e desejada pelos meus pais.

Hoje completo 28 anos. Sou muito novo, ainda tenho muito pelo que passar. Porém, tenho uma certeza: devo muito, muito que sou a eles, principalmente à minha mãe.

Então, no dia do meu aniversário, o agradecimento especial vai para, na minha opinião (é claro), os melhores pais do mundo: os meus!

quarta-feira, 21 de maio de 2008

ERAD-Boys, ERAD-Girls e Categorias de Base

Eu sei que este blog não é um fotolog... mas eu achei que essa foto valeria a pena!



ERAD-Boys, ERAD-Girls e Categorias de Base confraternizando na formatura do mestrado.

terça-feira, 20 de maio de 2008

A palavra é: e-du-ca-ção

Ontem eu comprovei que o problema da sociedade é educação. Ao mesmo tempo, tenho uma sugestão de solução definitiva para a maioria das mazelas que acometem nosso sofrido povo: educação!

Fantástico! Que mente brilhante, você exclamará!

Bateram no meu carro ontem. Era um motoqueiro, um desses motoboys. Esses que passam serpenteando entre as fileiras de carros nos engarrafamentos. Mas foi só um encostão: restou apenas (mais) um arranhão na lataria. Daqui a pouco vai restar muito pouca lataria no meio dos amassões.

Mas o motoqueiro vinha em altíssima velocidade, desviando como podia dos obstáculos. Me arranhou o carro. Bateu no retrovisor do automóvel que estava ao meu lado. Não quebrou, apenas deslocou. A moça apenas gritou lá de dentro um impropério e o próprio motoqueiro efetuou o conserto desse sinistro.

Depois desses pequenos danos, ele causou o pior: bateu de frente, em cheio, na traseira do carro que estava parado em minha frente. Não sofreu nada, nem ele nem a motorista do carro. A traseira (do carro) ficou virada em um chapéu velho. Um "U".

Desci do carro. A motorista do carro mais destruído no episódio desceu também. Ela estava grávida (deve estar ainda, presumo eu). Xingou o motoqueiro. Mas xingou muito. Vi que ela tremia. Tratei de tentar acalmá-la. Me ofereci pra chamar as autoridades competentes. Ela também disse que chamaria. Aí é que houve a maior estripulia do motoqueiro: ele começou a xingá-la de volta. Sob o pretexto de que "acidentes acontecem" e que "não é o fim", começou a xingar a coitada da moça, que resolveu que ia arcar com o prejuízo, agradeceu meu apoio e se foi.

Fiquei ali, estarrecido. Não tive mais forças para xingar o cara (ele já tinha sido xingado o suficiente). "Imbecil" foi a única coisa que eu disse antes de entrar no carro. Ele recolheu o que sobrou da motocicleta, e saiu dali.

Do que concluo: o problema é a educação. A falta dela, no caso.

A solução é fácil: educação. Investimentos nela, no caso.

Era mesmo um ser ignóbil digno de repulsa aquele motoqueiro!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Ahhh... os jingles

Eu adoro jingles! Fazer bons jingles é uma arte!

Como é bom apreciar um jingle bem escrito, com um texto que encaixa direitinho em uma música simples mas ao mesmo tempo empolgante.
Jingles colaboram para que as pessoas acabem gostando dos mais variados produtos, desde carros até políticos.
Alguns exemplos:

1) Se eu tivesse precisando e tivesse grana pra comprar um sedã médio na época do lançamento do Nissan Sentra, eu não sei se a musiquinha "Não tem cara de tiozão" não teria influenciado decisivamente na escolha de um carro novo. Era muito contagiante!

2) Em 2002, quem não sentiu vontade de se deixar contagiar pelo coraçãozinho com um número 15 dentro que aparecia na TV no horário eleitoral gratuito? Dava um vontade de ceder ao apelo que dizia "segue teu coração" e que partiu dos 4% nas pesquisas para uma virada histórica (possivelmente nunca vista antes em eleições). (PS.: eu acabei resistindo a tentação, mas, de novo, o jingle era muito bom!)

Enfim, o objetivo desse post é declarar a todos minha admiração pelos bons jingles. E compartilhar o jingle do momento, na minha humilde opinião.
A propaganda é do PACTO (Programa de Auxílio ao Toxicômano de Porto Alegre). A mensagem passada não está sob julgamento. O que chama atenção é o cuidado na escrita e como a letra combina com a música. Pra mim, é contagiante. :-)

Aí vai a letra do jingle:

Pé no chão
Chocolate quente
Picolé no verão
Estar contente

Beijo roubado
Fazer muitos gols
Ter um namorado
Assistir um show

Comida de mãe
Histórias de pai
Carona pra praia
Saber onde vai

Banho de mar
Sair por aí
Sem hora pra voltar
E se divertir...

[Refrão]
Sou feliz de cara
Sou feliz da vida
Sou feliz sem drogas
Sempre tem outra saída

Ah, saiba que sem ouvir a música junto perde todo o valor. Vejam a propaganda. E desculpem qualquer errinho na letra do jingle, a essência é essa.
Se alguém me conseguisse uma mp3 do jingle, eu agradeceria muito!

sábado, 10 de maio de 2008

Em obras para melhor atendê-los

Como todos podem notar, este blog esteve em obras. Dois ministérios andaram mexendo aqui.

O texto abaixo da foto, por exemplo, foi contribuição do Ministério da Poesia, que pesquisou em seus 1.746 dicionários para tentar oferecer uma definição para o vocábulo "ERAD-Boys". Aceita-se sugestões dos demais donos do blog para enriquecer a definição.

O layout foi uma alteração do Ministério da Multimídia. Nossa foto também mudou. É a mesma, mas em uma versão melhor que o Polina tinha. Aceita-se sugestões e solicitações de melhoria dos demais donos do blog.

Foi adicionada uma lista de blogs recomendados, por sugestão do Sanger. Ele inclusive fez as duas indicações que já constam na lista. Esses blogs certamente são também por um mundo melhor. Se você tem seu blog e quer que ele faça parte da lista de blogs por um mundo melhor, o que você está esperando? Nos avise o mais rápido possível, tenha seu blog recomendado por nós.

E dessa vez eu não perdi a oportunidade e lancei a incrível, fantástica, extraordinária, inenarrável...

... Primeira Grande Enquete do Blog dos ERAD-Boys!

(É só uma enquete! :D)

Você, que é um dos milhares de visitantes que este humilde blog tem diariamente, está convidado a contribuir conosco, enviando suas sugestões e respondendo a nossa mega-enquete.

Estamos na área, derrubou é pênalti!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Por que, porque, por quê?

Começando o frio. Parece que agora vai. Olho para a rua. Chove.

Sim, o frio ainda não engrenou em Porto Alegre. Ainda podemos melhorar muito. Mas já é um começo promissor. Nada de suores excessivos, nada de ventiladores, os quais são completamente necessários à sobrevivência humana no verão, mas que no inverno nos dão o prazer da sua inutilidade. Nada de problemas para dormir, nenhum problema para sair à rua.

Sim, sou um defensor do inverno. Do frio. A única coisa que mudaria no dia de hoje é a chuva. Se estivesse só um pouco mais frio e com sol, seria um dia perfeito, daqueles de colocar um casaco e sair para caminhar à toa.

Contudo, mais importante que isso, mais importante até do que a Deborah Secco e a Miss Brasil juntas envergando elegantemente a camisa do meu time, é a verdadeira enxurrada de perguntas sem resposta que eu tenho no momento. Não consigo encontrar as soluções para estes verdadeiros enigmas da vida moderna. Penso, logo desisto. Vamos a eles.

- Por que algum mentecapto bate no carro dos outros no estacionamento e ainda tenta mascarar as marcas da sua, digamos, inabilidade ao volante?

- O que deve o pobre dono do carro amassado fazer nesse caso, já que quando retornou à cena do crime notou que o biltre ora mencionado evadiu-se covardemente do local?

- Por que um ser que se diz racional muda de pista no engarrafamento sem dar sinal? Seria o braço de um cobrador de ônibus na verdade um salvo-conduto para que se cometam infrações de trânsito? Será possível que motoristas profissionais errem tanto, até mesmo muito mais do que os amadores?

- Por que alguns acéfalos buzinam no meio do engarrafamento? Será que a buzina de algum desses seres bisonhos faz mesmo com que o trânsito flua melhor? Será que ela libera alguma substância que faça com que o veículo buzinante saia voando por aí? Será que o som desta mesma buzina traz lembranças boas, quiçá agradáveis ao monte de estrume que a aciona? Será que os pseudo-motoristas buzinantes só azucrinam a vida dos outros por prazer? Será que isso traz algum prazer sexual estranho a eles? Nossa, essa questão acerca da importância psicossocial da buzina enquanto estimulante da psiqué humana é mesmo muito complexa!

- Por que causa, motivo, razão ou circunstância alguns motoristas aceleram seus carros e/ou motos turbinados, fazendo com que o barulho do motor seja amplificado até níveis praticamente insuportáveis? O que faz com que esses seres desprovidos de massa encefálica cometam essa atrocidade na porta de hospitais? Será que eles estão querendo provar algo? Seria esta a forma que encontraram para se auto-afirmar? Será que eles realmente pensam que são seres superiores?

- Por que alguns seres desprovidos de massa encefálica ligam um som tão absurdamente alto? Teriam eles fantasias com donos de parques de diversões?

- Por que os ônibus às vezes não páram nas paradas, nem mesmo nos corredores? Por que os ônibus são tão lotados? Será que os donos das empresas já andaram em suas latas de sardinhas gigantes, em horários de pico?

- Por que alguns sacripantas fazem questão de levantar a água acumulada junto à sarjeta quando passam por algum pedestre? Só pelo prazer de ver uma pessoa molhada? Seria isso outra fantasia de cunho sexual?

Essas são questões deveras complicadas, presumo eu. A resposta a esses questionamentos pode levar a uma melhor compreensão da mente humana, olhe aí, veja você!

Eu gostaria tanto de ter as respostas para essas perguntas! E tenho tantas outras, que serão necessários outros posts para que o mundo possa me ajudar.

Você, que por acaso está lendo essa sensacional coletânea de questionamentos de cunho sócio-cultural, moral e cívico, pode me ajudar. Avante! Não se furte de tentar responder essas perguntas. Afinal, quem pergunta quer saber e perguntar não ofende. As respostas a essas perguntas podem mudar o rumo da sociedade. Podem trazer mais alegria e leveza ao dia-a-dia conturbado das grandes cidades.

E que venha o maravilhoso inverno!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Apenas começamos

Quando o primeiro filme dos ERAD-Boys foi lançado, ainda não havia ocorrido a formatura do Mestrado. E ainda não havia ocorrido o almoço do último sábado.
Não tenho palavras para descrever o momento vivido entre as famílias lá na Churrascaria Vitrine Gaúcha.

Definitivamente, apenas começamos! Não há limites...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Tudo conforme o merecido

E foi ontem. Uma cerimônia séria, bonita e sóbria, com discursos de alto nível. Uma bela homenagem ao Instituto de Informática e à gloriosa Pós-Graduação em Computação, que completa 35 anos em 2008.

Mas foi, acima de tudo isso, a homenagem final que a comunidade da Universidade fez àqueles que se formaram. Com todo merecimento, estiveram lá alguns dos mais promissores talentos da nova geração de profissionais da Computação. Na platéia havia pais, familiares, amigos. E também eu e o Machado, estuantes de felicidade e orgulho em presenciar mais essa vitória dos ERAD-Boys formandos.

E o que dizer dos discursos? Sempre haverá a discussão sobre qual foi melhor, qual traduziu melhor o sentimento dos formandos ou da Universidade naquele momento. Mas alguns pontos foram importantes, como o momento em que a excelentíssima senhora coordenadora da Pós-Graduação assestou um "não foi fácil", o que certamente foi motivo de júbilo entre todos os ERAD-Boys. Ou ainda a quase unanimidade entre os que proferiram seus discursos, aconselhando a todos a serem felizes. Ou seja, o que de fato é importante na vida estava sendo contemplado.

E a convivência? Reencontrar amigos que há muito não víamos, professores que não encontrávamos há algum tempo, mas acima de tudo rever familiares dos ERAD-Boys. Essa é sempre uma grande oportunidade de, além de tudo, aprender. Que emoção ao cumprimentar o pai do Sanger e vê-lo emocionado com a conquista do filho! Que alegria ver a mãe do Polina e vê-la sorrindo de puro orgulho! Que prazer conversar com a simpatia da mãe do Machado! Esses são apenas alguns exemplos. Todos os demais familiares presentes merecem registro, mães, irmãs, tios, namoradas, sogros, todos. Mas temo tornar esse texto ainda mais longo.

E tudo isso foi ontem. E, para minha sorte, eu estava lá.

E pensar que sábado tem mais...

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Formatura

Lembro-me da minha formatura, lá no distante outubro de 2003 (credo, quase 5 anos atrás!!!).

E como foi bom se formar! Logo depois da formatura, tu fica pensando:
"Formatura não deveria ser uma só! É tão bom que deveriam haver outras!"

Dito e feito! Quinta-feira que vem lá estarei eu de novo, no Salão de Atos da UFRGS, para mais uma formatura. Agora, de mestrado.

O mestrado não foi mol, foi lutado, foi sofrido, mas acabou. Nada mais justo agora do que comemorar o seu último dos últimos sepultamentos! :-).

Ah... e dizem que não sou só eu não hein... dizem que o Pó também se formará!

Muito tri! :D

terça-feira, 1 de abril de 2008

Que fase!

Que fase!

Hoje o dia amanheceu chuvoso lá em casa. Eu também não amanheci muito contente.

Hoje é primeiro de abril. Se for fazer uma contabilidade dos percalços que vêm ocorrendo, vai parecer pegadinha.

Tenho que pedir desculpas à Clarissa por não ter ido à despedida dela. Espero que ela entenda.

Vazou tudo.

Pensando bem, tô vazando.

Que fase! Que fase!

Mas vai melhorar. Até está abrindo sol.

domingo, 30 de março de 2008

ERAD-Boys - 7 Anos de História

04:20 da manhã do dia 30 de março de 2008.

Esse momento já está na História.

A mega-produção ERAD-Boys - 7 Anos de História acaba de ser finalizada.

O Ministério da Multimídia e o Ministério da Poesia desejam a todos um ótimo espetáculo.

Boa noite, abraço, até daqui a pouco. :D

Quase lá

Domingo, 30 de março de 2008.

03:30 da madrugada.

Todos dormem. Menos a equipe do Ministério da Multimídia.

Está quase pronto.

sábado, 29 de março de 2008

Hoje eu lavei o Zico

Que dia, amigos, que dia!

Hoje posso dizer que lavei o Zico. Acabo de lavar, na verdade.

Calma, gente! O Zico é um botão, um dos mais habilidosos. Rápido, leve, capaz de lances geniais e de chutes certeiros. Lançamentos precisos. Cobranças de falta que parecem tele-guiadas. Lembro-me que eu o batizei assim na época em que o Zico (o da vida real) jogava no Japão. Ele era um veterano, mas estava jogando o que os mais antigos costumavam chamar de "o fino da bola". E estava ajudando a fazer com que o futebol se popularizasse cada vez mais na terra do sol nascente.

Mas... esse meu botão, por que chamá-lo de Zico? Ora, ganhei do meu pai, que já o utilizava quando era jovem. Ganhei quando criança, quando comecei a me interessar por futebol de botão. Então, a coincidência do momento: eu tinha um botão que era veterano, um craque. E o Zico era um veterano, e jogava exatamente como eu achava que meu botão jogava.

Que dia, amigos, que dia!

Peguei meus botões e, um a um, fui limpando-os. Com a calma de um meio-campista canhoto. De inopino, eis que tenho em mãos o Zico. Ah, quantas alegrias ele já havia me proporcionado. Com que habilidade eu o utilizava para abrir as defesas adversárias. E isso foi me trazendo as recordações da infância e da adolescência assim, em ritmo de escola de samba, uma após a outra. Um carnaval de lembranças.

Lembrei de um botão que meu pai sempre gostou. Um que era amarelo embaixo e bordô em cima. Lindo. Outro craque. Hoje, poderia ser chamado de Cristiano Ronaldo dos botões (o botão era meu, eu o comparo com quem eu quiser e o batizo do que eu quiser). Pois ele foi envolvido em uma negociação obscura, que provavelmente trouxe um botão pereba de duas cores. Provavelmente quase como trocar o Cristiano Ronaldo pelo Marreta.

Isso cravou uma estaca no peito do meu pai. Ontem mesmo, quando falávamos nos botões, ele lembrou desse botão, como sempre faz. E me deu a mesma bronca que me deu há uns 15 anos.

Logo depois de limpar o Zico, me deparei com outros botões do tempo do meu pai. Resistiram à sanha assassina das minhas negociações pueris. São lindos. São diferentes de todos os outros. São melhores. Porque eram do meu pai, e hoje eu sei avaliar o valor que eles realmente têm. Hoje eu não troco os botões que ganhei do meu pai por nenhum Kaká, nenhum Schevchenko, nenhum Robinho.

Acho que eu não dava banho nos meus botões há uns 10 anos. Acho que eu não jogo botão há uns 10 anos. Mas lembro de cada lance, cada gol, cada lançamento preciso daqueles botões do meu pai.

Acho até que o botão cinza, "de osso", sorriu meio de lado pra mim quando ganhou um banho.

Que dia, amigos, que dia!

sexta-feira, 28 de março de 2008

Infância

Esta dica tem tudo a ver com o ideal de um mundo melhor.

É imperdível a peça "O Universo da Imaginação", em cartaz na Casa de Cultura Mário Quintana na Sala Lili Inventa o Mundo.

Quê peça! Pro cara sair do teatro uma pessoa diferente, melhor!

As lembranças das brincadeiras de infância são o gancho para convencer a platéia de que não é porque viramos adultos que devemos abandonar as melhores coisas da vida. A idéia é que a vida adulta não precisa ser apenas preocupação com dinheiro, trabalho, estudo, etc. Há muito mais do que isso, e os atores do grupo Baú de Encantos (www.baudeencantos.com.br) são extremamente felizes ao transmitir essa mensagem, através de muitas lembranças e muita interação com a platéia.

As duas últimas apresentações serão neste sábado e neste domingo, 20 horas, a um custo de 7 reais.

Não percam! Os resultados são tão expressivos, mas tão expressivos, que já está confirmada para domingo, mesmo dia do lançamento do filme dos ERAD-Boys, uma partida de exibição de botão (sim, botão, futebol de mesa), entre o Caçula e eu. Polina? Machado? Luca? Gurias? É só ter time de botão que eu tô desafiando!

É impressionante a alegria e a satisfação que as lembranças da infância podem nos trazer.

Estréia

A expectativa é enorme!
Neste domingo ocorrerá um evento há meses aguardado com ansiedade.
O lançamento mundial do filme:

ERAD-Boys - 7 Anos de História

Estou contando os dias :-D

sábado, 22 de março de 2008

quinta-feira, 6 de março de 2008

Uruguay facts

E acabou a Escola de Semântica em Piriápolis !!!! Abaixo algumas reflexões sobre a viagem...

- Me senti mais alienígena no nordeste do Brasil do que no Uruguai.
- O sol ficou aqui, infelizmente.
- Semântica causa dor de cabeça.
- Semântica das 9 da manhã às 18:30 diariamente por 5 dias consecutivos em dias chuvosos então...
- Café ruim, fraco e queimado. Suportável em caso de necessidade extrema de cafeína. Só o Freddo se salva!
- Os (lanches do) coffee-breaks e a organização do evento, em contrapartida... impecáveis
- Sobre a escola? Cálculo lambda com todas variantes de tipo, auxiliares de prova, parser combinators, tipos dependentes... eu quase consegui entender metade :D !!!!
- Entre os palestrantes, o sobrinho do Dijkstra...
- O evento ocorreu num "pequeno" Hotel Casino. Confesso que achei divertido perder um pouco de dinheiro (+-5 reais, na verdade...)
- Chivitos, churros (uruguaios legítimos) e paeja, carne, doce-de-leite, helados... tenho que começar uma dieta urgente!
- Espanhol e português não são nem de perto tão parecidos quanto eu imaginava.
- O Rio da Prata é um grande Guaíba!
- As casas que lá vi... por aqui ainda não vi...
- Punta de Leste = infraestrutura, casas lindas e gente rica. Beleza natural é outra história...
- Quer andar de carro velho? e onibus velho? Este é o lugar!
- A educação lá é bem puxada. Doutorandos bem mais velhos. Currículo pesado...
- Bem simpáticos os uruguaios! Bons contatos!



O Hotel...





e a vista da frente do Hotel!

sábado, 1 de março de 2008

Evitando a fadiga

Andando pela Praça XV, perto dos camelôs, eu ouço uma conversa entre duas mulheres, simples pedestres que passavam por ali e estavam espantadas com o grande movimento de pessoas fazendo compras no camelódromo a céu aberto:

- Se colocássemos uma banquinha aqui durante uns dois meses, poderíamos...

Neste instante, em que a idéia da mulher ainda não foi terminada, surgem, na cabeça de quem está ouvindo, várias possibilidades de complemento para a frase:

A) duplicar nossas banquinhas e progredir
B) arranjar grana pra comprar aquilo que sonhamos
C) fazer clientela e, trabalhando mais, melhorar de vida
D) pagar todas as nossas dívidas
E) etc. etc.

Porém, o complemento de frase que ouvi foi o seguinte:

- ... ficar o inverno inteiro sem trabalhar.


É triste.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

10.000 desencapado

Foi um susto. É uma surpresa. Certamente será um trauma. Mas tenho certeza que será superado. E em um curto espaço de tempo.

Já arrumei as gavetas, ajeitei os guarda-roupas. Guardei o que ficou fora do lugar.

Coloquei cerca elétrica. 10.000 volts em caso de alguém encostar. Um alarme que acorda a vizinhança. Espero que o sem-vergonha vagabundo não venha mais. Mas dessa vez ele corre o risco de tomar um choquezinho. 10.000 volts desencapado. E novas medidas virão.

É impressionante. Os chamados "cidadãos de bem", as famílias, as pessoas que trabalham sério e durante a vida toda para ter alguma coisa, são obrigadas a viver engaioladas dentro de verdadeiras prisões. Enquanto isso, a bandidagem ri da nossa cara. Fazem o que querem, sem serem incomodados.

E eu não estou nem aí pro que me foi roubado. Claro que sinto falta, é um prejuízo. Mas é material. Eu e minha família trabalharemos e conseguiremos tudo de novo. Mas, e a segurança? Sinceramente, eu gostaria mesmo é de saber que o filho de chocadeira foi pego.

E o pior: interromperam minhas férias. Não serão perdoados. "Nunca serão". Será que não tem upgrade de cerca? 20.000 volts parece melhor.

Por enquanto, vou levando com essa aqui. 10.000 volts desencapado.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Estou vivo. E me mexendo.

Dormir. Acordar, comer. Andar na praia. Comer, dormir.

Ver o mar. Melhor: ouvir o mar.

Às vezes tomar um banho de mar.

Ver um filme. Dormir.

Ler. Até bula de remédio e rótulo de shampoo e sabão em pó.

Comer, beber. Dormir.

Jogar carta com a avó. Dormir.

Ver TV.

Preparar a rede. Dormir.

Fruta gelada. Salada de frutas. Sorvete. Dormir.

Tenho que voltar. Compromisso seríssimo.

Está me dando um sono...

Abraço!

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Poder descomunal

Durante um desses dias de férias, em pleno meio da tarde, eu estava assistindo o canal National Geographic quando um fato interessante ocorreu. Estava sendo apresentado um daqueles tradicionais "programas de bichinhos", que todos conhecem. O tema era os macacos. (Simpatizo com eles. As semelhanças conosco os tornam muito interessantes.)

O programa discutia hábitos, comportamento e relacionamento entre macacos. Uma passagem do programa, em especial, me chamou muito a atenção. Haviam três personagens: a mamãe macaca, o filhote dela e um macaco muito malvado.

A mãe macaca era feliz, pois tinha um filhote a quem dava amor e carinho. Feliz até o momento em que o macaco malvado roubou o filhote da mãe macaca, à força.

De longe, a mãe macaca observava seu filhote refém do macaco malvado, sem nada poder fazer. A mãe macaca estava uma fera, mas fisicamente era muito inferior ao macacão malvado. Como poderia ela então reaver sua cria?

Depois de um tempo, a mãe macaca resolveu se aproximar do macaco malvado. Nesse momento minha adrenalina começou a subir, a cena prometia. Eu pensei: "Esta macaca vai tentar a loucura de dar uns tapas no macacão e roubar o seu filhote na marra".

A mãe macaca se aproximou, devagar, devagarinho, como sugeriria o Martinho da Vila. O macaco malvado ficou observando, desconfiado. A macaca começou meio que a desfilar na frente do macaco. E o macaco observando. A macaca começou a dar uma voltinha na frente do macaco, que olhava, parado. A macaca virou de costas para o macaco, hipnotizado. A macaca remexeu levemente os quadris, provocando o macaco. Pronto! O macaco estufou o peito. Estava confiante de si. Ele era o macaco mais esperto de todo o reino animal! Agora o macaco era feliz, pois aquela macaquinha tava no papo! E a macaca continuava provocando. O macacão foi se aproximando daquela mãe em desespero. Se aproximando daquelas nádegas provocativas, como quem não quer nada e quer tudo ao mesmo tempo. Resolveu partir pros finalmentes. Se preparou, se aproximou e... pimba???

Que pimba que nada! Na última hora, antes que o macaco malvado encostasse nela, a mãe macaca girou com agilidade, passou a mão em seu filhote e fugiu, em disparada.

E o macacão? Nem se mexeu! Ficou olhando tudo, hipnotizado. Que babaca. Não esboçou a menor reação... Aparentemente não ficou nem irritado. Parecia continuar sonhando com o corpo insinuante da macaca mãe de família, de boca aberta. Definitivamente o macaco havia sido pego pelo seu ponto mais fraco.

Percebi, de uma vez por todas, que David Coimbra, em seu livro Jogo de Damas, realmente estava coberto de razão. O mundo é das fêmeas! Basta a elas saber utilizar inteligentemente o maior presente que a sábia Mãe Natureza lhes deu: o poder descomunal e sem limites sobre os machos.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

O descanso do guerreiro

Vamos falar de uma palavrinha diferente hoje. Ao menos para mim. Vamos analisar a fundo essa palavra, e seu significado. Não, meu objetivo não é mudar de profissão e virar professor do belíssimo idioma de Camões. Mas vamos ao que interessa.

A palavra de hoje é...

... Férias!

Segundo o Wikcionário, férias é o "período de folga a que têm direito trabalhadores e estudantes". Vem do latim fērīa (que eu não sei como se pronuncia). É direito do trabalhador, que se esfalfa durante um ano de atividade intensa.

Enfim, é o descanso do guerreiro. É tempo de ócio, de recarga das energias, de preparação para mais um ano de trabalho. É tempo de fazer coisas que não são feitas em outras épocas por simples falta de tempo. Tempo de dormir na rede, de ir à praia, de ver filme, de andar no parque, viajar... Escolha a atividade. Se ela não tem relação com o trabalho, está valendo.

Nem lembro da última vez em que tirei férias assim, como o nome diz. Férias de mais de 5 dias, com direito a dormir até mais tarde e cansar de não fazer nada. Acho que eu era um estudante imberbe, um jovem mancebo. Era uma época de estudos, cadernos, livros, provas de cálculo.

Bom, chegou o grande dia. Entrei em férias. Com a oportunidade de sair da área de cobertura. Com tempo de sobra pra fazer nada.

Eu gosto demais do meu trabalho. Suspeito fortemente que sentirei falta de trabalhar, de acordar cedo, dentro de alguns dias é muito provável que eu comece a contar os dias para voltar às atividades. Mas no momento, tudo em que penso é no descanso.

É isso. Quem inventou as férias? Não sei. Agradeço a essa alma bondosa.

E agora, com licença que tenho que fazer coisa nenhuma.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Sinal de luz

Indo para a praia, na estrada, percebo que o carro que vinha no sentido contrário, logo antes de passar por mim, deu um sinal de luz. Pronto. Na hora adivinhei que dali a alguns metros apareceria um carro da polícia rodoviária estacionado, com um policial ao lado empunhando um radar móvel.

Agora vem a enquete: Qual era o objetivo do motorista que passou por mim?

(a) Permitir que todo e qualquer motorista possa respeitar a lei apenas quando alguém estiver olhando
(b) Enganar os "inimigos policiais" que ficam atrapalhando a vida dos motoristas com besteirinhas como controle de limite de velocidade
(c) Perpetuar o jeitinho brasileiro
(d) Tolher a liberdade de quem deseja redefinir dinamicamente as regras de trânsito para que elas se adequem às suas necessidades momentâneas
(e) Emitir um aviso: "Cuidado... te liga... logo aí na frente o Brasil é levado a sério e as regras valem"
(f) Todas as alternativas anteriores

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Um círculo que começa a se fechar...

Bem, antes de adentrar no assunto específico, eu gostaria de retornar a aproximadamente nove anos atrás. Numa época que, tenho certeza, marcou não somente a minha vida, mas de muitas pessoas queridas. O verão de 1999.

Naquela época quente, nossas vidas acabaram recebendo um grande e positivo "sacolejo": fomos aprovados em um dos melhores cursos de computação do país. Passamos por um processo seletivo deveras "puxado", que nos colocou em competição direta com outros 13 jovens por uma única vaga. Alguns de nós vieram de longe (e põe, longe, né Pó!), outros de um longe já não tão longe assim, aqui mesmo de Porto Alegre, e outros do meio termo (ãrh, do Humaita). Mas o importante é que, juntamente com outros jovens ávidos por um novo mundo que se abria: nós entrávamos na faculdade!!!

Tudo era novo, tudo era interessante! O segundo grau se tornava uma página virada. Me lembro como se fosse hoje da primeira conversa com o Sanger na fila da matrícula. Os assuntos em voga na época eram o trote, as cadeiras, o RU, o dacomp, o churrasco do trote, e como sobreviver aos veteranos. Como encarar os desafios? Como se relacionar com todas aquelas pessoas diferentes, vindas de toda a parte, com a qual compartilhávamos as nossas espectativas de futuro?

Em pouco tempo, tivemos que nos acostumar com muitas coisas: a rotina estuda/estuda/faz trabalho/estuda/faz trabalho/ e estuda mais um pouco, a viagem até o campus, a distância dos pais, amigos antigos e da vida adolescente. Enquanto crescíamos e amadurecíamos, íamos mudando nossos hábitos, valores, fazendo provas e tentando nos adaptar. Em certos aspectos, ainda éramos crianças. Em outros, já tínhamos a consciência da responsabilidade que nos era depositada. Em pouco tempo, seríamos cobrados por isso, e deveríamos prestar contas!

Ao longo do processo, atuando tanto como gurus quanto como lordes do mal, e, por vezes, sendo ambos ao mesmo tempo, estavam eles. Os professores. Muitos fantásticos: Weber, Medianeira, Lizandro, Nina... Outros nem tanto: não citarei nomes. Mas todos acabaram fazendo parte da nossa vida. Foram, por certa epóca, nossos "mestres do mago", nos propondo desafios, dando alguma charada criptográfica e saindo de cena rapidamente enquanto caíamos no desespero e tentavamos assimilar a matéria em longas tardes de estudo na biblioteca.

Da metade para o final do curso, eles se tornavam cada vez mais próximos. Já nos sentíamos em casa nesta instituição. Precisávamos pensar no trabalho de conclusão. Muitos de nós estavam trabalhando para eles, como bolsistas: já fazíamos parte do ecossistema da universidade. Outros, ingressavam no mercado, e começavam a trilhar seu próprio caminho. Para estes, os professores representam a fonte do conhecimento que eles repassariam para o ambiente, ou, pelo menos, possibilidade de interação entre a sua empresa e sua instituição de ensino.

Na formatura onde colei grau, (que, não foi exatamente a que tomo como "minha formatura", visto que esta ocorreu seis meses mais tarde...), eu me lembro de ter dito que me inspirava em muitos mestres. Eu disse que tinha vontade de me juntar à equipe, um dia ser um deles. Desde este ponto, vejo que trabalho com este objetivo em mente. Após meu mestrado, tive minha primeira oportunidade, no Monteiro Lobato. De certa forma, lá eu mais aprendi que ensinei, muitas vezes nas dificuldades. De volta ao lugar que considero minha casa (a UFRGS), tenho tentado me manter em sala de aula através de atividades didáticas. Eu realmente senti muita falta da alegria que é compartilhar conhecimento e acompanhar a evolução dos alunos.

Mas agora, vocês devem se perguntar a razão de eu recorrer a tantas lembranças, de tanto tempo. Por que afinal de contas eu me apego a tais recordações? A vida passa, as coisas mudam. Teria eu me prendido no passado?

Eu diria que não. Certo sim, que sou muito feliz em recordar tudo que vivi, e todos os momentos que me fizeram ser que sou hoje. Mas certo também, de que em algum ponto, no início de tudo, algo em mim havia feito sentido: era justamente isso que eu queria para minha vida. Eu estava exatamente onde queria estar. Para mim, enquanto aluno, passar por este curso foi algo de intenso crescimento (e por muitas vezes angústia) que me fez amadurecer. Fiz grandes amigos, cresci tanto como pessoa e como profissional. Agora, eu gostaria de poder acompanhar isso tudo, mas sob uma outra ótica. A ótica de quem observa, propõe desafios, e inspira (ou pelo menos se esforça ao máximo para isso). A ótica de quem se frustra ao ter que corrigir um prova que sabe que não obterá a média mínima para passar. A ótica de quem sabe que tem a responsabilidade imensa, e que aquelas pessoas que porventura passarão por aquela classe um dia poderão fazer verdadeiras mudanças na sociedade. E da responsabilidade de poder influência-las (se tudo der certo, positivamente).

Vamos aos fatos: no final da semana passada fui aprovado no processo seletivo para professor substituto do departamento de informática teórica! :)

Estou imensamente feliz. Provavelmente serei responsável por uma turma de primeiro semestre. Terei o privilégio de acompanhar esta turma que virá em seus primeiros desafios nesta universidade. Ao mesmo tempo que estou feliz, estou bastante preocupado, e ciente do trabalho que isto acarretará. De qualquer forma, agora eu tenho a oportunidade de fazer alguma diferença... e não quero deixar ela passar!

Neste exato momento, tudo desde aquele verão de 1999 me vem à mente. Sinto que um círculo começa a se fechar...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008



Tem origem na antigüidade, e um significado simples: o anel, um círculo perfeito, é um enlace, um acordo, uma aliança. Pois o círculo não tem início nem fim. É o mesmo que se deseja: uma relação duradoura, que não tenha fim....

A aliança significa elo, ligação, compromisso. Que o ciclo do amor com o(a) companheiro(a) sempre tem continuação por mais que surjam problemas.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Mente vazia

Eu sou um cientista da computação. Eu sou mestre em computação também. Durante cerca de 8 anos de faculdade treinei meu cérebro ao extremo, moldando-o para o raciocínio exato, para o método científico, para o pensamento lógico.

Este desenvolvimento de raciocínio que nós das exatas adquirimos é perfeito para nossa profissão e muito útil na vida como um todo. Como é bom, em qualquer situação do dia-a-dia, conseguir distinguir claramente causas e conseqüências, analisar uma série de premissas, classificar fatos, repassar tudo para nossa máquina de inferência e de forma lógica resolver um problema. É muito útil, é como se entendêssemos o mundo que a maioria não entende, e nem sabe que não entende. Conseguir categorizar e isolar os aspectos importantes de um assunto, os quais, para uma mente não-científica, poderiam ser uma nuvem cinza impossível de distinguir. Enfim, somos máquinas de analisar, classificar, concluir. Somos máquinas de bolar algoritmos. Somos máquinas de solucionar problemas matemáticos. Somos máquinas de inferência, super-azeitadas.

Só que toda essa habilidade com a lógica e a exatidão nem sempre são vantajosas. Espero que todos concordem que, de vez em quando, é preciso dar um descanso para esta máquina. O problema é que as vezes a gente pode querer relaxar e pode não conseguir. Eu gostaria de relaxar minha máquina de inferência completamente, nem que por espaços de tempo curtos. Para mim, isto não é tarefa fácil. Juro que já cheguei a sentir inveja de pessoas que não têm essa visão tão mecânica e lógica das coisas que eu tenho. Quero deixar claro que relaxar a máquina de inferência não é apenas sair de férias. É perfeitamente possível estar em uma praia, sem nenhum compromisso, relaxando o corpo, mas estar com a mente ainda assim afiada, ávida por lógica.

Meu cerébro sabe que é preciso relaxar, não ser tão cientista. Racionalmente, eu consigo perceber que minha vida será melhor se eu me permitir ser menos racional. Então, racionalmente eu me permito ser menos racional. Mas aí está o problema: até na hora de relaxar eu sou racional, poxa!

Como deve ser bom, as vezes, falar coisas sem antes verificar a corretude, sem antes verificar todos os argumentos, contra-argumentos e contra-contra-argumentos que poderão decorrer da opinião emitida.

Como deve ser bom agir por impulso, apenas por emoção, falar aquilo que racionalmente seria um absurdo falar.

Como deve ser bom calar este raciocínio lógico!

Como deve ser bom estar com a mente vazia, sem pensar em nada. Sem raciocínio, sem lógica, sem inferências. Imaginem, que sensação suprema! Mente vazia, por completo! Meditação deve ser o máximo!

E não é só vontade de silenciar a mente que eu tenho! Não é de hoje que eu sinto necessidade de buscar algo a mais do que ciência. Dizem que quem busca algo a mais, deve começar procurando dentro de si próprio. Vai saber.

Em todo caso, para os curiosos, lá vai um dos meus focos de interesse no momento:

http://www.namaste.com.br

Se tu fores acessar, tente não racionalizar tanto. Não vai dar uma de Sanger, por favor. Ah, e tente ler despido de preconceitos :-)