terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Sinal de luz

Indo para a praia, na estrada, percebo que o carro que vinha no sentido contrário, logo antes de passar por mim, deu um sinal de luz. Pronto. Na hora adivinhei que dali a alguns metros apareceria um carro da polícia rodoviária estacionado, com um policial ao lado empunhando um radar móvel.

Agora vem a enquete: Qual era o objetivo do motorista que passou por mim?

(a) Permitir que todo e qualquer motorista possa respeitar a lei apenas quando alguém estiver olhando
(b) Enganar os "inimigos policiais" que ficam atrapalhando a vida dos motoristas com besteirinhas como controle de limite de velocidade
(c) Perpetuar o jeitinho brasileiro
(d) Tolher a liberdade de quem deseja redefinir dinamicamente as regras de trânsito para que elas se adequem às suas necessidades momentâneas
(e) Emitir um aviso: "Cuidado... te liga... logo aí na frente o Brasil é levado a sério e as regras valem"
(f) Todas as alternativas anteriores

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Um círculo que começa a se fechar...

Bem, antes de adentrar no assunto específico, eu gostaria de retornar a aproximadamente nove anos atrás. Numa época que, tenho certeza, marcou não somente a minha vida, mas de muitas pessoas queridas. O verão de 1999.

Naquela época quente, nossas vidas acabaram recebendo um grande e positivo "sacolejo": fomos aprovados em um dos melhores cursos de computação do país. Passamos por um processo seletivo deveras "puxado", que nos colocou em competição direta com outros 13 jovens por uma única vaga. Alguns de nós vieram de longe (e põe, longe, né Pó!), outros de um longe já não tão longe assim, aqui mesmo de Porto Alegre, e outros do meio termo (ãrh, do Humaita). Mas o importante é que, juntamente com outros jovens ávidos por um novo mundo que se abria: nós entrávamos na faculdade!!!

Tudo era novo, tudo era interessante! O segundo grau se tornava uma página virada. Me lembro como se fosse hoje da primeira conversa com o Sanger na fila da matrícula. Os assuntos em voga na época eram o trote, as cadeiras, o RU, o dacomp, o churrasco do trote, e como sobreviver aos veteranos. Como encarar os desafios? Como se relacionar com todas aquelas pessoas diferentes, vindas de toda a parte, com a qual compartilhávamos as nossas espectativas de futuro?

Em pouco tempo, tivemos que nos acostumar com muitas coisas: a rotina estuda/estuda/faz trabalho/estuda/faz trabalho/ e estuda mais um pouco, a viagem até o campus, a distância dos pais, amigos antigos e da vida adolescente. Enquanto crescíamos e amadurecíamos, íamos mudando nossos hábitos, valores, fazendo provas e tentando nos adaptar. Em certos aspectos, ainda éramos crianças. Em outros, já tínhamos a consciência da responsabilidade que nos era depositada. Em pouco tempo, seríamos cobrados por isso, e deveríamos prestar contas!

Ao longo do processo, atuando tanto como gurus quanto como lordes do mal, e, por vezes, sendo ambos ao mesmo tempo, estavam eles. Os professores. Muitos fantásticos: Weber, Medianeira, Lizandro, Nina... Outros nem tanto: não citarei nomes. Mas todos acabaram fazendo parte da nossa vida. Foram, por certa epóca, nossos "mestres do mago", nos propondo desafios, dando alguma charada criptográfica e saindo de cena rapidamente enquanto caíamos no desespero e tentavamos assimilar a matéria em longas tardes de estudo na biblioteca.

Da metade para o final do curso, eles se tornavam cada vez mais próximos. Já nos sentíamos em casa nesta instituição. Precisávamos pensar no trabalho de conclusão. Muitos de nós estavam trabalhando para eles, como bolsistas: já fazíamos parte do ecossistema da universidade. Outros, ingressavam no mercado, e começavam a trilhar seu próprio caminho. Para estes, os professores representam a fonte do conhecimento que eles repassariam para o ambiente, ou, pelo menos, possibilidade de interação entre a sua empresa e sua instituição de ensino.

Na formatura onde colei grau, (que, não foi exatamente a que tomo como "minha formatura", visto que esta ocorreu seis meses mais tarde...), eu me lembro de ter dito que me inspirava em muitos mestres. Eu disse que tinha vontade de me juntar à equipe, um dia ser um deles. Desde este ponto, vejo que trabalho com este objetivo em mente. Após meu mestrado, tive minha primeira oportunidade, no Monteiro Lobato. De certa forma, lá eu mais aprendi que ensinei, muitas vezes nas dificuldades. De volta ao lugar que considero minha casa (a UFRGS), tenho tentado me manter em sala de aula através de atividades didáticas. Eu realmente senti muita falta da alegria que é compartilhar conhecimento e acompanhar a evolução dos alunos.

Mas agora, vocês devem se perguntar a razão de eu recorrer a tantas lembranças, de tanto tempo. Por que afinal de contas eu me apego a tais recordações? A vida passa, as coisas mudam. Teria eu me prendido no passado?

Eu diria que não. Certo sim, que sou muito feliz em recordar tudo que vivi, e todos os momentos que me fizeram ser que sou hoje. Mas certo também, de que em algum ponto, no início de tudo, algo em mim havia feito sentido: era justamente isso que eu queria para minha vida. Eu estava exatamente onde queria estar. Para mim, enquanto aluno, passar por este curso foi algo de intenso crescimento (e por muitas vezes angústia) que me fez amadurecer. Fiz grandes amigos, cresci tanto como pessoa e como profissional. Agora, eu gostaria de poder acompanhar isso tudo, mas sob uma outra ótica. A ótica de quem observa, propõe desafios, e inspira (ou pelo menos se esforça ao máximo para isso). A ótica de quem se frustra ao ter que corrigir um prova que sabe que não obterá a média mínima para passar. A ótica de quem sabe que tem a responsabilidade imensa, e que aquelas pessoas que porventura passarão por aquela classe um dia poderão fazer verdadeiras mudanças na sociedade. E da responsabilidade de poder influência-las (se tudo der certo, positivamente).

Vamos aos fatos: no final da semana passada fui aprovado no processo seletivo para professor substituto do departamento de informática teórica! :)

Estou imensamente feliz. Provavelmente serei responsável por uma turma de primeiro semestre. Terei o privilégio de acompanhar esta turma que virá em seus primeiros desafios nesta universidade. Ao mesmo tempo que estou feliz, estou bastante preocupado, e ciente do trabalho que isto acarretará. De qualquer forma, agora eu tenho a oportunidade de fazer alguma diferença... e não quero deixar ela passar!

Neste exato momento, tudo desde aquele verão de 1999 me vem à mente. Sinto que um círculo começa a se fechar...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008



Tem origem na antigüidade, e um significado simples: o anel, um círculo perfeito, é um enlace, um acordo, uma aliança. Pois o círculo não tem início nem fim. É o mesmo que se deseja: uma relação duradoura, que não tenha fim....

A aliança significa elo, ligação, compromisso. Que o ciclo do amor com o(a) companheiro(a) sempre tem continuação por mais que surjam problemas.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Mente vazia

Eu sou um cientista da computação. Eu sou mestre em computação também. Durante cerca de 8 anos de faculdade treinei meu cérebro ao extremo, moldando-o para o raciocínio exato, para o método científico, para o pensamento lógico.

Este desenvolvimento de raciocínio que nós das exatas adquirimos é perfeito para nossa profissão e muito útil na vida como um todo. Como é bom, em qualquer situação do dia-a-dia, conseguir distinguir claramente causas e conseqüências, analisar uma série de premissas, classificar fatos, repassar tudo para nossa máquina de inferência e de forma lógica resolver um problema. É muito útil, é como se entendêssemos o mundo que a maioria não entende, e nem sabe que não entende. Conseguir categorizar e isolar os aspectos importantes de um assunto, os quais, para uma mente não-científica, poderiam ser uma nuvem cinza impossível de distinguir. Enfim, somos máquinas de analisar, classificar, concluir. Somos máquinas de bolar algoritmos. Somos máquinas de solucionar problemas matemáticos. Somos máquinas de inferência, super-azeitadas.

Só que toda essa habilidade com a lógica e a exatidão nem sempre são vantajosas. Espero que todos concordem que, de vez em quando, é preciso dar um descanso para esta máquina. O problema é que as vezes a gente pode querer relaxar e pode não conseguir. Eu gostaria de relaxar minha máquina de inferência completamente, nem que por espaços de tempo curtos. Para mim, isto não é tarefa fácil. Juro que já cheguei a sentir inveja de pessoas que não têm essa visão tão mecânica e lógica das coisas que eu tenho. Quero deixar claro que relaxar a máquina de inferência não é apenas sair de férias. É perfeitamente possível estar em uma praia, sem nenhum compromisso, relaxando o corpo, mas estar com a mente ainda assim afiada, ávida por lógica.

Meu cerébro sabe que é preciso relaxar, não ser tão cientista. Racionalmente, eu consigo perceber que minha vida será melhor se eu me permitir ser menos racional. Então, racionalmente eu me permito ser menos racional. Mas aí está o problema: até na hora de relaxar eu sou racional, poxa!

Como deve ser bom, as vezes, falar coisas sem antes verificar a corretude, sem antes verificar todos os argumentos, contra-argumentos e contra-contra-argumentos que poderão decorrer da opinião emitida.

Como deve ser bom agir por impulso, apenas por emoção, falar aquilo que racionalmente seria um absurdo falar.

Como deve ser bom calar este raciocínio lógico!

Como deve ser bom estar com a mente vazia, sem pensar em nada. Sem raciocínio, sem lógica, sem inferências. Imaginem, que sensação suprema! Mente vazia, por completo! Meditação deve ser o máximo!

E não é só vontade de silenciar a mente que eu tenho! Não é de hoje que eu sinto necessidade de buscar algo a mais do que ciência. Dizem que quem busca algo a mais, deve começar procurando dentro de si próprio. Vai saber.

Em todo caso, para os curiosos, lá vai um dos meus focos de interesse no momento:

http://www.namaste.com.br

Se tu fores acessar, tente não racionalizar tanto. Não vai dar uma de Sanger, por favor. Ah, e tente ler despido de preconceitos :-)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Fim da inércia

Guardem bem esse dia!
Uma coisa muito importante aconteceu....

As vezes, mais importante do que terminar é começar (ou continuar)....

Então: palmas, palmas (palmas, palmas....)
Saí da inércia que me congelava há alguns meses e comecei as negociações e tratativas para a tão esperada Homologação do Mestrado :D

Oeeeeee (mais palmas... mais palmas)

domingo, 6 de janeiro de 2008

Um domingo na minha terra

Este é um blog por um mundo melhor. Estou imbuído. E num mundo melhor, muitas vezes a gente consegue fazer de um limão uma boa limonada. Vejamos.

Domingo em Porto Alegre. Esse é o problema: em Porto Alegre. No verão. Com calor. Então, vamos a um domingo de verão na Porto Alegre dos meus amores. Vamos transformar um dia de calor escaldante em Porto Alegre em um dia para ser lembrado.

E, para uma família gaúcha, nada como um churrasco no almoço para começar bem as atividades. E um churrasco com a avó materna, que abrilhanta o evento com suas histórias. E eu lá, ligadão, ouvindo tudo e prestando atenção em tudo que ela falava, pra ver se aprendo.

Depois da sobremesa, uma conferida no jogo do Tricolor na Copa São Paulo. 12 a 1. Pro Grêmio. Nada mau, mesmo considerando a fraqueza do desconhecido adversário. E a limonada vai tomando jeito.

Depois de mais conversas, histórias, piadas, risadas, a idéia: vamos dar uma volta no calçadão de Ipanema. Boa idéia, devia estar bom na beira do Guaíba, já comecei a pensar na brisa, nas belíssimas mulheres de Porto Alegre, no famoso pôr-do-sol, e pensei: é pra lá que eu vou.

Eu não sabia (ou não lembrava) como uma prosaica caminhada à beira do Guaíba pode ser tão prazerosa. A brisa de fato estava lá. As mulheres também, um espetáculo - as desacompanhadas, porque as que estavam acompanhadas eu juro que nem vi... :D

Um problema é que muitos acéfalos não sabem muito bem como se comportar em público. É lamentável que pessoas simplesmente abandonem lixo, restos de comida e outras barbaridades na beira do MEU Guaíba (sim, porque ele é tão meu quanto teu, tão teu quanto de todas as pessoas que dão sua caminhada no calçadão). Mas o fato é que a orla é vilipendiada por algumas pessoas que fazem na rua aquilo que, com certeza, não gostariam que se fizesse no pátio de suas casas. Mas esses seres desprovidos de massa encefálica são minoria. Ufa!

Mas, protestos à parte, como é linda a orla do Guaíba! Para você ter uma idéia, aí está a comprovação. Se eu não contasse, talvez você nem percebesse que é Porto Alegre, hein? Hein?


E foi com essas imagens que o fim de tarde de domingo em Porto Alegre foi vivido. E bem vivido. Taí a minha limonada, em uma tarde quente de verão eu descobri como é bom caminhar no calçadão de Ipanema, em Porto Alegre. Eu recomendo!

Até a próxima!