sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

10.000 desencapado

Foi um susto. É uma surpresa. Certamente será um trauma. Mas tenho certeza que será superado. E em um curto espaço de tempo.

Já arrumei as gavetas, ajeitei os guarda-roupas. Guardei o que ficou fora do lugar.

Coloquei cerca elétrica. 10.000 volts em caso de alguém encostar. Um alarme que acorda a vizinhança. Espero que o sem-vergonha vagabundo não venha mais. Mas dessa vez ele corre o risco de tomar um choquezinho. 10.000 volts desencapado. E novas medidas virão.

É impressionante. Os chamados "cidadãos de bem", as famílias, as pessoas que trabalham sério e durante a vida toda para ter alguma coisa, são obrigadas a viver engaioladas dentro de verdadeiras prisões. Enquanto isso, a bandidagem ri da nossa cara. Fazem o que querem, sem serem incomodados.

E eu não estou nem aí pro que me foi roubado. Claro que sinto falta, é um prejuízo. Mas é material. Eu e minha família trabalharemos e conseguiremos tudo de novo. Mas, e a segurança? Sinceramente, eu gostaria mesmo é de saber que o filho de chocadeira foi pego.

E o pior: interromperam minhas férias. Não serão perdoados. "Nunca serão". Será que não tem upgrade de cerca? 20.000 volts parece melhor.

Por enquanto, vou levando com essa aqui. 10.000 volts desencapado.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Estou vivo. E me mexendo.

Dormir. Acordar, comer. Andar na praia. Comer, dormir.

Ver o mar. Melhor: ouvir o mar.

Às vezes tomar um banho de mar.

Ver um filme. Dormir.

Ler. Até bula de remédio e rótulo de shampoo e sabão em pó.

Comer, beber. Dormir.

Jogar carta com a avó. Dormir.

Ver TV.

Preparar a rede. Dormir.

Fruta gelada. Salada de frutas. Sorvete. Dormir.

Tenho que voltar. Compromisso seríssimo.

Está me dando um sono...

Abraço!

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Poder descomunal

Durante um desses dias de férias, em pleno meio da tarde, eu estava assistindo o canal National Geographic quando um fato interessante ocorreu. Estava sendo apresentado um daqueles tradicionais "programas de bichinhos", que todos conhecem. O tema era os macacos. (Simpatizo com eles. As semelhanças conosco os tornam muito interessantes.)

O programa discutia hábitos, comportamento e relacionamento entre macacos. Uma passagem do programa, em especial, me chamou muito a atenção. Haviam três personagens: a mamãe macaca, o filhote dela e um macaco muito malvado.

A mãe macaca era feliz, pois tinha um filhote a quem dava amor e carinho. Feliz até o momento em que o macaco malvado roubou o filhote da mãe macaca, à força.

De longe, a mãe macaca observava seu filhote refém do macaco malvado, sem nada poder fazer. A mãe macaca estava uma fera, mas fisicamente era muito inferior ao macacão malvado. Como poderia ela então reaver sua cria?

Depois de um tempo, a mãe macaca resolveu se aproximar do macaco malvado. Nesse momento minha adrenalina começou a subir, a cena prometia. Eu pensei: "Esta macaca vai tentar a loucura de dar uns tapas no macacão e roubar o seu filhote na marra".

A mãe macaca se aproximou, devagar, devagarinho, como sugeriria o Martinho da Vila. O macaco malvado ficou observando, desconfiado. A macaca começou meio que a desfilar na frente do macaco. E o macaco observando. A macaca começou a dar uma voltinha na frente do macaco, que olhava, parado. A macaca virou de costas para o macaco, hipnotizado. A macaca remexeu levemente os quadris, provocando o macaco. Pronto! O macaco estufou o peito. Estava confiante de si. Ele era o macaco mais esperto de todo o reino animal! Agora o macaco era feliz, pois aquela macaquinha tava no papo! E a macaca continuava provocando. O macacão foi se aproximando daquela mãe em desespero. Se aproximando daquelas nádegas provocativas, como quem não quer nada e quer tudo ao mesmo tempo. Resolveu partir pros finalmentes. Se preparou, se aproximou e... pimba???

Que pimba que nada! Na última hora, antes que o macaco malvado encostasse nela, a mãe macaca girou com agilidade, passou a mão em seu filhote e fugiu, em disparada.

E o macacão? Nem se mexeu! Ficou olhando tudo, hipnotizado. Que babaca. Não esboçou a menor reação... Aparentemente não ficou nem irritado. Parecia continuar sonhando com o corpo insinuante da macaca mãe de família, de boca aberta. Definitivamente o macaco havia sido pego pelo seu ponto mais fraco.

Percebi, de uma vez por todas, que David Coimbra, em seu livro Jogo de Damas, realmente estava coberto de razão. O mundo é das fêmeas! Basta a elas saber utilizar inteligentemente o maior presente que a sábia Mãe Natureza lhes deu: o poder descomunal e sem limites sobre os machos.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

O descanso do guerreiro

Vamos falar de uma palavrinha diferente hoje. Ao menos para mim. Vamos analisar a fundo essa palavra, e seu significado. Não, meu objetivo não é mudar de profissão e virar professor do belíssimo idioma de Camões. Mas vamos ao que interessa.

A palavra de hoje é...

... Férias!

Segundo o Wikcionário, férias é o "período de folga a que têm direito trabalhadores e estudantes". Vem do latim fērīa (que eu não sei como se pronuncia). É direito do trabalhador, que se esfalfa durante um ano de atividade intensa.

Enfim, é o descanso do guerreiro. É tempo de ócio, de recarga das energias, de preparação para mais um ano de trabalho. É tempo de fazer coisas que não são feitas em outras épocas por simples falta de tempo. Tempo de dormir na rede, de ir à praia, de ver filme, de andar no parque, viajar... Escolha a atividade. Se ela não tem relação com o trabalho, está valendo.

Nem lembro da última vez em que tirei férias assim, como o nome diz. Férias de mais de 5 dias, com direito a dormir até mais tarde e cansar de não fazer nada. Acho que eu era um estudante imberbe, um jovem mancebo. Era uma época de estudos, cadernos, livros, provas de cálculo.

Bom, chegou o grande dia. Entrei em férias. Com a oportunidade de sair da área de cobertura. Com tempo de sobra pra fazer nada.

Eu gosto demais do meu trabalho. Suspeito fortemente que sentirei falta de trabalhar, de acordar cedo, dentro de alguns dias é muito provável que eu comece a contar os dias para voltar às atividades. Mas no momento, tudo em que penso é no descanso.

É isso. Quem inventou as férias? Não sei. Agradeço a essa alma bondosa.

E agora, com licença que tenho que fazer coisa nenhuma.