sábado, 2 de fevereiro de 2008

Poder descomunal

Durante um desses dias de férias, em pleno meio da tarde, eu estava assistindo o canal National Geographic quando um fato interessante ocorreu. Estava sendo apresentado um daqueles tradicionais "programas de bichinhos", que todos conhecem. O tema era os macacos. (Simpatizo com eles. As semelhanças conosco os tornam muito interessantes.)

O programa discutia hábitos, comportamento e relacionamento entre macacos. Uma passagem do programa, em especial, me chamou muito a atenção. Haviam três personagens: a mamãe macaca, o filhote dela e um macaco muito malvado.

A mãe macaca era feliz, pois tinha um filhote a quem dava amor e carinho. Feliz até o momento em que o macaco malvado roubou o filhote da mãe macaca, à força.

De longe, a mãe macaca observava seu filhote refém do macaco malvado, sem nada poder fazer. A mãe macaca estava uma fera, mas fisicamente era muito inferior ao macacão malvado. Como poderia ela então reaver sua cria?

Depois de um tempo, a mãe macaca resolveu se aproximar do macaco malvado. Nesse momento minha adrenalina começou a subir, a cena prometia. Eu pensei: "Esta macaca vai tentar a loucura de dar uns tapas no macacão e roubar o seu filhote na marra".

A mãe macaca se aproximou, devagar, devagarinho, como sugeriria o Martinho da Vila. O macaco malvado ficou observando, desconfiado. A macaca começou meio que a desfilar na frente do macaco. E o macaco observando. A macaca começou a dar uma voltinha na frente do macaco, que olhava, parado. A macaca virou de costas para o macaco, hipnotizado. A macaca remexeu levemente os quadris, provocando o macaco. Pronto! O macaco estufou o peito. Estava confiante de si. Ele era o macaco mais esperto de todo o reino animal! Agora o macaco era feliz, pois aquela macaquinha tava no papo! E a macaca continuava provocando. O macacão foi se aproximando daquela mãe em desespero. Se aproximando daquelas nádegas provocativas, como quem não quer nada e quer tudo ao mesmo tempo. Resolveu partir pros finalmentes. Se preparou, se aproximou e... pimba???

Que pimba que nada! Na última hora, antes que o macaco malvado encostasse nela, a mãe macaca girou com agilidade, passou a mão em seu filhote e fugiu, em disparada.

E o macacão? Nem se mexeu! Ficou olhando tudo, hipnotizado. Que babaca. Não esboçou a menor reação... Aparentemente não ficou nem irritado. Parecia continuar sonhando com o corpo insinuante da macaca mãe de família, de boca aberta. Definitivamente o macaco havia sido pego pelo seu ponto mais fraco.

Percebi, de uma vez por todas, que David Coimbra, em seu livro Jogo de Damas, realmente estava coberto de razão. O mundo é das fêmeas! Basta a elas saber utilizar inteligentemente o maior presente que a sábia Mãe Natureza lhes deu: o poder descomunal e sem limites sobre os machos.

Um comentário:

Polina disse...

Hehehe, realmente uma grande semelhança entre macacos e humanos :D