domingo, 25 de outubro de 2009

Emoções escritas, lágrimas lidas

O uruguaio Eduardo Galeano escreveu.

Eu li.

Eu já tinha ouvido falar deste escritor mas, em uma recente visita à casa da minha irmã para buscá-la para ir ao cinema (veja só como anda o projeto!), encontrei dois livros dele na estante de livros dela. Li as primeiras páginas. Me interessei quando vi que um deles começava assim:

"Recordar: do latim re-cordis, voltar a passar pelo coração".

Quais livros?, o culto leitor e a voraz leitora irão perguntar-me.

E eu de pronto vos respondo: "Vagamundo" e "O Livro dos Abraços".

Ambos com muitas histórias curtas, de poucas páginas, no caso do primeiro. Até mesmo de poucas linhas, no caso do segundo. Todas elas com conteúdo.

Sabe aquele tipo de livro que te faz pensar? Em que cada história pode ser algo lindo, algo simples, algo inimaginável, algo complexo, algo que tira a respiração, algo estupefaciente, algo que te leva para longe, algo que te traz de volta, que te prega no chão ou que te derruba?

Ele conta histórias de gente do povo, de gente que sofreu pela ditadura, de gente da América Latina toda, de gente que viveu e morreu por uma causa ou por amor ou por acaso ou nenhuma das anteriores. Conta histórias de sua própria vida, sobre como era a época da ditadura no Uruguai e em outros países da América Latina. Sobre como foi o seu tempo de exílio.

Conta coisas que te colocam no meio do mundo, no meio da rua. No meio do olho de um furacão. Algumas histórias são verdadeiros ensinamentos sobre a vida, a arte, as amizades, o amor e a dor. São emoções escritas. Não raro, me emocionei tanto como se estivesse me vendo ali. Não é de espantar que as lágrimas me tenham vindo às vezes, à sorrelfa, eu que me emociono até vendo desenho animado no cinema.

Hoje, depois de ler uma pequeníssima fração da obra de Eduardo Galeano, posso dizer que estou completamente perplexo com o que podemos encontrar nesses livros. O fato é que quero continuar desbravando a obra desse escritor. Ainda lerei outros livros dele, isso é certo.

Para vocês terem uma idéia de como me identifiquei com o que li, vai uma frase de uma história do Livro dos Abraços:

"Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos."

De onde veio essa, tem muitas outras.

Eduardo Galeano escreveu.

Eu li.

E me emocionei.

E agora tenho ainda mais no que pensar, eu que tanto tenho tentado pensar pra ver se de fato existo.

domingo, 18 de outubro de 2009

Eu bem que avisei que não ia ser fácil...

E as obras continuam...



Leio meu amigo Caçula Brown divagando, pensando, filosofando e gostaria de ter mais tempo para compartilhar os recentes aprendizados dele. Aprender junto e quando possível tentar enriquecer com novos pensamentos.

Porém, não estou no modo pensador nos últimos meses. Eu chaveei completamente para o modo executor. Impressionante, mas estando no modo executor meu modo pensador está seriamente debilitado. Não consigo as duas coisas ao mesmo tempo. Deve ser porque o meu modo executor está hardcore. Obra, festa... tudo, um início de vida a dois.

Abaixo, eu, no modo executor.



Mas não reclamo não. Estou fazendo o que quero, o que planejei, o que sonhei e tudo está dando certo. É uma correria boa, gratificante, mas isso não quer dizer que não estou ansioso pelo merecido descanso das férias que estão por vir.
Para distrai-los, enquanto não consigo retornar para o modo pensador, aí vão algumas fotos obreiras. São fotos de alguns meses atrás (obviamente o apartamento não está mais neste estado), mas mesmo assim vale para vocês me desculparem pela pouca participação no blog nos últimos tempos.



"Iniciar uma vida a dois" é uma tarefa complexa, que consome muito tempo e que, pela concentração enorme de decisões importantes em um curto espaço de tempo, acaba por estressar a pessoa.

O que conforta, alegra, estimula e dá a certeza da vitória nessa tarefa é saber que, como o próprio nome dessa tarefa diz, não estou sozinho.

Estou a dois.