quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Orgulho de ser brasileiro

Em tempo de Jogos Olímpicos a gente fica mais propenso a ter arroubos de sentimento patriótico. Mas o que quero escrever não é um libelo exaltando as virtudes da gente da nossa pátria mãe gentil. O que eu realmente desejo é perguntar:

Você conhece Gustavo Tsuboi?

Se não, estamos (quase) na mesma situação. Não sei sobre Gustavo Tsuboi nem um décimo do que sei sobre diversos jogadores de futebol. Na verdade, não lembro de ter ouvido falar alguma vez em Gustavo Tsuboi. Não antes dessa Olimpíada. Pois acredite: Gustavo Tsuboi é um exemplo. Um exemplo de como se pode perder uma disputa de forma digna.

Gustavo Tsuboi é um mesa-tenista brasileiro com cara de oriental. Estreou na competição em Pequim contra um mesa-tenista canadense. Não o conheço também, leigo que sou sobre os atletas do tênis de mesa. Mas posso afirmar categoricamente que, se fosse em um esporte onde a força decide o vencedor, Gustavo Tsuboi não teria a mínima chance.

E Gustavo Tsuboi abriu vantagem. 3 sets a 1, em uma melhor de 7 sets de 11 pontos. E o canadense, em um momento de distração do brasileiro, empatou o jogo. E em seguida, o pior: o canadense iniciou o derradeiro set da partida em vantagem. Chegou a abrir distância, sua vantagem era 10 a 6, se não me falha a memória. Ou seja, mais um ponto e Gustavo Tsuboi deixaria o torneio para não mais voltar.

Você pensa que Gustavo Tsuboi desistiu? Pensa que ele esmoreceu por causa dessa vantagem? Nada disso. Gustavo Tsuboi se concentrou ao máximo. Gustavo Tsuboi encarava a bolinha, a mesa, o canadense, e segurava sua raquete com uma devoção simplesmente... incrível. Ele suava, naquela hora cada gota de suor que pendia de seu rosto concentrado era uma gota de suor da gente brasileira, uma gota de suor de todos os Joões, o Josés, as Marias. E Gustavo Tsuboi foi fazendo os pontos necessários. E desestabilizou o grandalhão canadense. E, quando menos se esperava, catapimba!, Gustavo Tsuboi empatou o jogo. Nesse momento, permitiu-se um grunhido de satisfação, para logo em seguida retomar a concentração. E Gustavo Tsuboi, pasmem, virou o jogo! Isso mesmo, você que pensou que a participação de Gustavo Tsuboi no torneio de simples no tênis de mesa em Pequim seria rápida como o Jaspion, engula essa! Ele venceu o canadense.

Ele provou que o brasileiro pode. Ele mostrou que nós podemos. E, acima de tudo, dava pra ver que ele o fez porque se dedicava a uma causa. A causa de jogar o jogo em nome do seu País. Aquele papo de amor à pátria, sabe? Ele estava lá dando o seu máximo representando o Brasil. Esse é merecedor da torcida e do reconhecimento dos brasileiros. Deu orgulho ser representado no tênis de mesa por Gustavo Tsuboi.

Ele perdeu o jogo seguinte, mas certamente não foi porque pensou que era melhor que os outros. Ou porque só estava interessado em fama e dinheiro. Ele deve ter perdido para um adversário melhor, que estava também representando seu país.

O que eu quero concluir com essa belíssima narrativa (ah, foi belíssima, não desmereça o narrador) é que eu tenho sim orgulho de torcer para os atletas brasileiros. Desde que eles tenham orgulho de me representar. Dá gosto torcer para o vôlei, a ginástica feminina, o atletismo, o jodô, o tênis de mesa, e tantos outros esportes.

O esporte está cheio de casos assim, em que a vontade de superar limites supera as dificuldades mais impressionantes. Como o caso do judoca Eduardo Santos, que ficou 10 anos com a faixa marrom, e que foi pra Olimpíada e chorava copiosamente porque não conseguiu ganhar o bronze na sua categoria.

Deu pra entender por que eu agora conheço Gustavo Tsuboi?

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Mais uma formatura!!!

Domingo teremos uma ERAD-Girl se formando em Ciência da Computação!

Será a primeira baixarel da história da Universidade Federal do Rio Grande do Sul!

A Família ERAD-Boys está muito feliz com o feito. Eu, em especial, estou cheio de orgulho! :D
Então, em nome de todos os ERAD-Boys, gostaria de dar os parabéns à Jamile, pois a vitória foi suada e muito, muito merecida!
Além disso, gostaria de desejar a nós uma ótima cerimônia de formatura e uma ótima recepção depois!

Parabéns Baixinha!

OBS.: desde já registro aqui minha promessa de postar uma foto da família ERAD-Boys reunida, com a Jamile de toga e barrete, lá na saída do Salão de Atos. De preferência, com a imagem da tocha com o símbolo da UFRGS de fundo.

Aguardem, o domingo será de emoções... :-)

domingo, 3 de agosto de 2008

Maloca cidadão da civilização

Eu estava indo para o trabalho em um dia de chuva. Resolvi pegar um ônibus até o centro, para não me molhar muito. Na minha parada, subimos no ônibus eu e um homem que, só de olhar, dava para desconfiar que ele não ia pagar passagem. Ele iria pedir para passar por baixo da roleta. Era um morador de rua, com roupas velhas e sujas.
Passei na roleta e me sentei. O homem se aproximou da roleta e já foi se abaixando para passar por baixo. Nisso, o ônibus recém tinha arrancado da parada e já havia parado em uma sinaleira.

O cobrador reagiu à tentativa do homem:
- Não, não, não! Pode descer aqui mesmo!

O homem tentou ainda insistir para passar por baixo da roleta, mas o cobrador foi irredutível. Sem outra solução, começou a se dirigiu à porta do ônibus, para descer. No entanto, parou e argumentou:

- Mas eu não posso descer fora da parada! Não pode! Ninguém pode subir ou descer fora de parada!!

O cobrador riu e ficou irritado ao mesmo tempo. "O maloqueiro tá argumentando!!!", deve ter pensado, embasbacado.

O cobrador reagiu:
- Tá, sai logo!
E o motorista abriu a porta.
O homem chegou na porta, desceu o primeiro degrau, olhou pra rua e voltou:

- Não posso descer aqui! Tu tá parado em cima da faixa de segurança!

Que momento!!! Muito engraçado! Quase levantei pra aplaudir. O cobrador e o motorista foram a loucura, se irritaram pra valer! Antes de descer, o homem ainda pediu o número do ônibus, pois pretendia ligar para a empresa para reclamar...

Por um lado, ele estava errado, queria andar de ônibus sem pagar. O velho jeitinho brasileiro.
Por outro lado, exigiu o cumprimento das regras. Por mais que suas reivindicações tenham servido apenas para servir de suporte ao jeitinho brasileiro, não dá pra negar que quando ele quis ele esteve antenado nas regras e nos deveres do cidadão!

Ele foi um cidadão!

Enfim, pode ser que leve mais 1000 anos, mas arrisca que o Brasil, um dia, ainda chegue lá.